0:59Noite de lua e Atlético

Por ser misterioso, o futebol transcende. Há pouco, no estádio Joaquim Américo, o Atlético Paranaense escreveu mais um capítulo de sua história marcada por acontecimentos sem explicação, sem lógica, enfim, futebolístico. Há mais de dois anos o time joga pedra no Campeonato Brasileiro, tirando raros momentos que, juntos, não dariam meio tempo de jogo. O adversário de hoje era o Santos de Robinho e Neymar, um dos melhores times do Brasil que, apesar de ter vindo de duas derrotas depois do término da Copa do Mundo, merece reverência. Há uma semana, nessa mesma Baixada, contra o Cruzeiro, o Atlético foi chamado de timinho sem-vergonha pela torcida cansada de tanta sequência de apresentações patéticas. Mas hoje 21 mil torcedores, a maioria rubro-negra, estavam lá, para demonstrar amor e dar força à equipe. E aconteceu! A galera pedia apenas garra. Os jogadores deram mais, muito mais. Deram bola! O Santos foi sufocado por uma marcação forte, que começava em seu próprio campo, e surpreendido por um time que saía rápido nos contra-ataques e tentava jogadas pelo meio e pelas pontas. O gol logo no início do jogo desnorteou o time paulista. E Paulo Baier, com seu futebol simples e prático, comandou a equipe e participou dos lances desta primeira cravada e do segundo gol, também a partir de bola parada  (Bruno Costa e Bruno Mineiroforam os goleadores), além de servir Alex Mineiro para uma entrada na área que resultou numa bola na trave no segundo tempo. O que aconteceu ao Atlético? Teria sido a lua, fulgurante numa noite agradável? Teria sido um menino que torce para o Coritiba, porque obrigado pelo pai, e estava ali envergando uma camisa rubro-negra e torcendo feito um doido, além de execrar Robinho, Neymar e companhia? Foi uma noite de futebol, apenas. De renascimento, que pode ter acontecido só ontem, mas que vale por uma vida, pois marca na história do time e nos nossos corações para sempre.

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