por Patrícia Iunovich
Os bipolares amam, odeiam, sofrem. A diferença para nós é que esses sentimentos e sensações acontecem na velocidade da luz. Quase todo mundo se acha no direito de julgar. Pela manhã alguém me dizia: não sei quando vai acabar essa bipolaridade. Sou 8 ou 80. Por coincidência, momentos antes, eu estava conversando o quanto esse transtorno nos afeta e a outras pessoas. Era uma espécie de desabafo, de tentativa de me redimir (vai saber) pelos altos e baixos provocados pela doença. Do outro lado, a crueldade que nada ajuda. Costumo reclamar da visão estereotipada dos bipolares, de como eles são retratados no cinema. Mais aí, você na sua dose baixa de lítio, recebe uma mensagem. E quase afunda. Implacavelmente, alguém te diz: Como a gente vê em filmes, embora você ache exagero, é muito difícil se amar uma pessoa com bipolaridade. A tua é grave, ao contrário, também, do que você imagina. Mas eu estou aqui pra te apoiar, de boa. E é também de boa que eu respondo: amor pressupõe algo básico: respeito.