Por Dirceu Pio
Houve um tempo em que o jornalista servia para responder pergunta e hoje ele se limita a fazer pergunta, como se não coubesse a ele respondê-la.
Vivemos a Era do Jornalismo Perguntativo, com a função precípua de aguçar a curiosidade do leitor. Querem ver ?
Quem matou a vereadora carioca, filiada ao Psol, Marielle Franco? A Rede Globo e todas as demais mídias fazem a mesma pergunta desde março de 2018. A falta de resposta abre um campo enorme para especulação e, nos tempos de internet e redes sociais, especular virou muito mais importante que informar…
Como até agora só Deus e quem mandou e quem apertou o gatilho sabem quem foi, a rede Globo se achou no direito de especular que o mandante foi o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro.
E o que é pior: para embaralhar ainda mais as cartas desse jogo de absurdos, o diretor de Jornalismo da Emissora, uma espécie de fantasma chamado Ali Kamel, escreveu uma carta para cumprimentar e elogiar toda a equipe que participou da tramoia que pretendeu incriminar o presidente.
Haja ponto de interrogação
Não se assustem: o jornalismo de hoje em dia é assim mesmo, capaz até de comemorar uma baita fake-news, uma grande barriga, como se dizia nos tempos em que informar era muito mais importante que especular.
E disparam perguntas atrás de perguntas: qual foi a carga que o navio grego Bouboulina recebeu na Venezuela e com qual carga atracou na África do Sul, depois de passar pela costa brasileira ?
Quem incendiou a Amazônia ?
Jean Willys vendeu ou não vendeu seu mandato ?
Quem contratou Adélio Bispo dos Santos para matar o Bolsonaro ?
Quem matou Celso Daniel ? Quem matou o Toninho do PT ? Quem matou as oito testemunhas – ou seriam nove, ou seriam dez, ou seriam onze ? – do Caso Celso Daniel ?
De onde saiu o dinheiro do Mensalão ?
Nestes tempos bicudos, os autores de novela são mais sábios que os jornalistas, pois demorou, mas hoje todos sabemos quem matou Odete Roitman…até Ali Kamel já sabe…