7:20O velho da Havan é o tiozão do pavê

por Thea Tavares

Entramos nos meses “embros” (e “ubro”). Logo acordaremos para dar de cara com o Natal. No comércio, a bem da verdade, o foco na produção de artigos natalinos já começou desde que os ovos de Páscoa começaram a desaparecer das prateleiras. Vimos o “ano de agosto” passar relativamente mais rápido do que esperávamos, mas julho foi um mês interminável, com sua arrogante ausência de feriados e seus 31 dias de pura labuta.

Faltando apenas três meses e alguns dias para virarmos a página de 2019, ainda dá tempo de movermos alguns esforços para tornar mais agradáveis e menos traumáticos esses encontros familiares de fim de ano. É bom ir se preparando. Faça um exame de consciência. Quando chegar o final do ano e começarem os rolês das festas de família, churrasco da firma, essas tradições irritantemente inevitáveis, convém prestar muita atenção no próprio comportamento. Será que você não é aquela pessoa que age como o tiozão do pavê, a vizinha assanhada, o nono ranzinza ou a tia casamenteira?  Está na hora de mudar de vida, mano! Ninguém merece esse carma, portanto largue mão dessa vida!

Tudo bem que você será o centro das atenções e que a família vai falar de você até o Carnaval, mas vai falar muito mal a ponto da orelha descolar da cabeça. Você vai ter dor de barriga só pela vibração negativa que receber e nem será por causa do pavê que você comeu mais que os outros – até porque eles ‘garraram raiva da sua piadinha infame e boicotaram a pobre sobremesa. Sabe aquelas justificativas dos mais jovens do clã, que nunca podem comparecer no evento anual? Pois é! Você tem contribuição cativa nessa desistência.

Não seja um espalha-rodas. Vá ao espelho agora e ensaie até decorar como ser ou fazer melhor que isso. Se não tem ideia alguma de por onde começar, peça ajuda, busque no Google, procure um livro. Qualquer coisa que empreender nesse sentido, com o coração inundado de humildade e motivado pelo choque de realidade, já sairá no lucro. Ou melhor, a família agradece.

Estava justamente pensando nisso, quando passou um comercial na TV aberta. Era um convite do dono de uma rede de lojas para a inauguração de outro ponto comercial. O entusiasmo ufanista com que a figura comemora sua expansão comercial, em meio à crise medonha que vivemos, me trouxe a seguinte constatação: o velho da Havan é a personificação mais fiel que conheço do tiozão do pavê. Nem imagino qual bizarrice ele prepara para anunciar seus festejos de fim de ano. Mas imagino, por sua vez, a voz do Ricardo Boechat aconselhando as famílias com certo tom de apelo: “tirem as crianças da sala”!

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3 ideias sobre “O velho da Havan é o tiozão do pavê

  1. Parreiras Rodrigues

    Quanta inveja! Simples. Ele não fecha a loja deficitária. Cobre o prejuízo duma com o lucro de outra. Coisa que as tradicionais Bahia, Luiza – puxa saca petista (se esqueceram?) não fazem. Deu prejuízo? Cadeado.

  2. silvia

    Engraçado né, o “velho” da Havan, anunciando a abertura de mais uma loja, gerando empregos, e a mocinha achando ruim. Vergonha alheia.

  3. Thea M Tavares

    Não se pode negar que a torcida do Velho da Havan é mais fiel que a do Corinthians!
    Valeu a leitura e a participação.

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