6:58Só R$ 9 milhões?

Do Goela de Ouro

Há dois anos, ainda durante o governo de Beto Richa,  tentou-se de todas as formas fazer uma licitação para privilegiar a empresa Zetrasoft, que administra a margem dos empréstimos consignados dos servidores públicos e é remunerada pelos bancos que tomam mensalmente uma grana considerável descontada nos holerites dos barnabés desde os tempos em que Roberto Requião era “rei” no Paraná.

A Zetrasoft entrou no Paraná com Reinhold Stephanes, quando ele era o coringa do parceiro Roberto Requião – e sua esposa apitava na Agência de Fomento.

A Justiça Estadual impediu a licitação na época de Richa e, agora, na gestão célere de Ratinho Junior, um novo edital foi feito para ser aberto com as propostas no Pregão Negativo amanhã, dia 26. Algumas cláusulas parecem ter sido feitas como uma luva para permitir que a mão da empresa Neoconsig, que já pertenceu a José Eduardo Bekin, presidente da Paraná Desenvolvimento, e foi incorporada pela Zetrasoft, pegue a encomenda.

Na exposição de motivos do edital está escrito: “Nos últimos anos, inclusive, tornou-se prática comum nos demais entes da federação e seus órgãos a realização de procedimentos licitatórios para a contratação de empresa que realize o objeto proposto, conforme se verifica dos Editais nº 04/2017 do Estado de Goiás, nº 04/2016 do Tribunal de Justiça do Acre e n. º 09/2013 do Município de João Pessoa.” Justamente onde a Neoconsig e Expressocard, do empresário Fernando Weigert, outro amigo do executivo José Eduardo Bekin, agora homem forte de Ratinho Junior, atuam.

A Zetrasoft Ltda está envolvida em vários escândalos, como o que explodiu no Amazonas, onde uma infinidade de ações judiciais impediram a atuação dela naquele Estado. Desde dezembro de 2018 o servidor público amazonense não pode operar com empréstimos consignados em qualquer banco.

Como é uma modalidade de comodato e por estar perdendo espaço no mercado financeiro em virtude dos sucessivos escândalos, agora tenta-se engambelar o governo e a Justiça, fazendo um pregão negativo como se fosse a compra de uma folha de pagamento (no Paraná o Banco do Brasil pagou 500 milhões para gerir os salários por 5 anos) –  e não mais por concorrência. Uma nova modalidade que o Secretário da Fazenda Renê Garcia trouxe recentemente da “exemplar e honesta gestão pública carioca” para a Paraná Previdência.

No próprio edital para o pregão, de 44 páginas, foi lançada a autorização para que seja cobrada das entidades de classe um custo extra, aumentando assim o que se paga para sindicatos, planos de saúde e outros – tudo para fazer frente à aquisição da folha de pagamento pelas operadoras disputantes nos 60 pagamentos que perfazem um mínimo R$ 8,95 milhões: Zetrasoft, Neoconsig ou Expressocard, as três que compõe o triunvirato paranaense.

Ou seja: quem vai pagar a licitação serão os servidores e suas entidades de classe ou planos de saúde e previdência. Não haverá desembolso imediato, pois terão 5 anos para sugar no contrato com o Paraná e pagar em suaves prestações pela “caridade” de colocar os barnabés e famílias penduradas no empréstimo.

Pelo jeito, a máxima de que “não há almoço grátis” continua no Centro Cívico

O edital: anexo_edital_6_121837

 

Compartilhe

Uma ideia sobre “Só R$ 9 milhões?

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.