10:46Dorian Gray III

De Rogério Distéfano, no blog O Insulto Diário

NÃO TEVE midia training e vocal coach no depoimento de Sérgio Moro no Senado. Nosso ex-juiz ainda funciona com a voz estridente da mocinha do Xampu Colorama. Mas não faltaram personal stylist e make up. Naquele ambiente brega de senadores mal vestidos e senadoras cafonas, Moro sobressaía no terno bem cortado, na camisa de colarinho italiano e na gravata (não diria ser uma Hermès do yuppie cangaceiro Fernando Collor), compatíveis nas cores, tecidos. Acima de tudo telegênico, méritos que o ministro desconhecia quando juiz que decidia méritos e deméritos.

Cabelos e feições do ministro, o espetáculo à parte. As melenas passaram por tosa caprichada, medida necessária e suficiente para manter o topete, aplastrado no fixador sem álcool e sem brilho. O rosto, escanhoado até a raiz, êmulo do ali Álvaro Dias, o Dorian Gray pé-vermelho, retrato encarquilhado no quartinho. Maquiagem discreta, de televisão, que apaga o brilho, o rubor e o suor. Um espetáculo de resiliência, Sergio Moro manteve o aplomb nas 8,5 horas do depoimento. O ministro safou-se das feras, por enquanto. E deu asas ao sonho de consumo das viúvas de Carlos Lacerda.

Pé-vermelho, leite-quente

SABATINA de Sergio Moro na CCJ do Senado. Inútil, como de regra. Senadores em palanque, a favor e contra e o ministro com os argumentos de sempre. Ficamos na mesma. Útil quando Moro nega ter feito midia training, treinamento para falar com a imprensa. Tivesse feito, o ministro falaria menos agudo, com desbaste no sotaque pé-vermelho, que reforçou com o erre pesado da terra do leite-quente.

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3 ideias sobre “Dorian Gray III

  1. SERGIO SILVESTRE

    Alguma coisa se aproveitou sim,até para admirar o ar funesto do Moro,ele parece sim ter algo em comum com coisas sinistras,ele tem “beiços” finos,orelha de alienígena e sempre com aquele ar fantasmagórico de que a meia noite levarei sua alma.

  2. Jorge Armado

    Distéfano é um comuna travestido de cronista liberal. Para enfrentar esse tipo de “intelectual”, o Capitão Mito deveria recriar as DOPS (Delegacias de Ordem Política e Social). Poderia ser um Departamento, ligado ao Ministério da Justiça, mantendo a sigla. Os métodos de investigação dos saudosos delegado Sérgio Paranhos Fleury e do Coronel Brilhante Ustra seriam de grande utilidade para pacificar o país e evitar mais uma vez que nos tornemos um satélite do comunismo. Esses comentários irônicos só servem para destruir os valores cristãos da gente de bem. Borduna nos comunas e fé em Deus!

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