6:56Terapia de grupo

por Tostão

É péssimo para o futebol brasileiro ver um talento tão fenomenal perdido

Nesta quarta (5), no amistoso contra o Qatar, a seleção, além da volta de Daniel Alves, que não jogou a Copa do Mundo porque estava contundido, terá duas novidades em relação ao Mundial, Arthur e Richarlison. É pouco. Tite deveria pensar também à frente, em 2022.

Neymar é acusado de cometer estupro. Outros jogadores tiveram problemas parecidos, como Robinho e Cristiano Ronaldo. O fato pode prejudicar o jogador e a equipe na Copa América. São grandes os riscos de haver vaias a Neymar e à seleção durante as partidas, ainda mais se ele e o time não forem bem.

Além do comportamento bastante criticado fora de campo, a ambição exagerada para sair do Barcelona, onde brilhava, e as ausências por fraturas, em momentos decisivos, prejudicaram a carreira de Neymar.

É péssimo para o futebol brasileiro ver um talento tão fenomenal perdido no mundo da fama, sem a devida orientação. Além de tudo isso, a sociedade do espetáculo, ao mesmo tempo em que idolatra, rapidamente, descarta e troca os ídolos, ainda mais se a celebridade der motivo.

A melhor solução para Neymar seria voltar para o Barcelona —dizem que há interesse do clube—, onde, ao lado de Messi, brilhou intensamente e teve um comportamento mais sóbrio fora de campo. Messi sabe também que, junto a Neymar, o título da Champions League fica muito mais fácil. O Barcelona contratou Philippe Coutinho, como se fosse um substituto à altura de Neymar. A diferença é grande.

O Athletico Paranaense é um mistério, pois é brilhante em casa, ganha quase todos os jogos, e muito fraco fora. Não deve ser somente pelo gramado sintético, já que essa enorme diferença já acontecia antes do novo piso. Qual será a razão? Será que houve um trauma psicológico, e os jogadores se sentem inseguros, abandonados, carentes, quando saem de casa e ficam longe da torcida? Quem sabe uma terapia de grupo ajude.

*Publicado na Folha de S.Paulo

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