20:32Sou você amanhã

De Rogério Distéfano, no blog O Insulto Diário

Até agora Gleisi Hoffmann ainda não disparou a matraca giratória – exemplar a atitude do PT em não explorar o drama da morte do neto de Lula. Sintomática – e exemplar, a seu modo – a reação dos bolsoignaros de criticar a liberação de Lula para comparecer ao enterro. A começar pelo pensador da família, o deputado Eduardo Bolsonaro, que lembra que Lula é preso comum, e como tal deveria prantear a perda na cadeia.

Duas coisas. (1) Lula não é preso comum no sentido estrito; é o primeiro presidente da república a cumprir pena. Mas carrega um legado e um renome, e negar a ele o que se deveria permitir a todos os presos comuns teria um peso político alto demais para o Judiciário. (2) Opinar sobre isso, como fez o delfim dos Bolsonaros, é cuspir para cima, atrair para si e seu grupo a pecha da mesquinharia e da vingança.

O mundo, a vida e a política dão voltas e poderá vir o dia em que um de tantos Bolsonaros vingativos e rancorosos viva a circunstância de Lula. O menino pensador da família esquece da situação do irmão senador, ex-deputado estadual do Rio. E esse raio de família não tem filhos e netos cuja perda possa ser a dor mais pungente na vida?

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