Do analista dos Planaltos

O futuro ministro da Casa Civil, Onix Lorenzoni, após ser flagrado em caixa dois através da delação da JBS dos irmãos Batista, fez uma tatoo no braço direito, que mostra com orgulho, como demonstração de penitencia. Perdoado por Sergio Moro e devidamente tatuado, passou a se sentir auto-redimido e apto a participar do governo que diz não aceitar corruptos ou criminosos em seus quadros.

Por sua vez, o juiz Sergio Moro, que logo no inicio de sua vida como indicado no poder executivo anunciou que assumiria uma posição de fiscal da moral e ética dos seus pares ministros, e que no caso de haver provas robustas de mal feitos indicaria ao novo presidente sobre o caminho da demissão, como se ainda fosse uma espécie de juiz corregedor da nova república, optou pelo perdão no caso.

Acontece,  que com a indicação de todos os ministros da equipe de Bolsonaro, se descobriu que o ministro Paulo Guedes da Economia  responde a inquéritos por supostos crimes financeiros, que o ministro da Saúde Henrique Mandetta é processado por tráfico de influência e fraude em licitações, o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles foi condenado essa semana por improbidade administrativa e a ministra da agricultura Tereza Cristina também é citada em condutas duvidosas nas relações com a JBS.

Pelo visto, esse novo governo em uma reprise dos governos anteriores, onde condutas impróprias foram admitidas, só que desculpas inéditas e ainda criativas.

Nesse sentido se observa que a fiscalização corregedora de Sergio Moro, além de ser bastante flexível, é muito diferente da sua atuação direcionada aos membros do PT à época em que era juiz.

Pelo que se deduz, do total de 20 ministros do futuro governo, 5 estão enrolados com a justiça, ou seja, um a cada quatro ministros.

Acima de razoáveis dúvidas, se a penitência do ministro Onix Lorenzoni for considerada válida para redenção, os ministros com problemas terão que pedir desculpas para o Moro e claro, fazer tatuagens para lembrar que não mais devem errar, assim como o chefe da Casa Civil.

Perguntado para quem conhece pessoalmente os problemáticos novos ministros, e entende um pouco de estilo, o mesmo sugeriu para cada um deles uma tatoo diferente. O ministro da economia Paulo Guedes deveria tatuar um reluzente cifrão no lado esquerdo do peito. Mandetta, o da saúde, uma cruz grega que representa os hospitais com a inscrição “Médicos cubanos não!”. A ministra da agricultura Tereza Cristina, por sua vez, tatuaria no pescoço um boi com a logo marca da Friboi. Por fim o ministro do meio ambiente seria dispensado de fazer a tatuagem porque a um “mauricinho” não ficaria bem com uma tatuagem – e acima de tudo a mãe dele, claro,  não o deixaria fazer.

O novo Brasil continua o mesmo de sempre