Do G1 Paraná
O juiz Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Federal de Curitiba, converteu em preventiva (sem prazo) a prisão de Pepe Richa, irmão do ex-governador do Paraná Beto Richa, e de outras quatro pessoas, na noite deste sábado (29).
Todos foram presos na Operação Integração II, como foi batizada a 55ª fase da Operação Lava Jato. Nesta etapa, deflagrada na quarta-feira (26), investiga-se irregularidades na concessão de rodovias pegadiadas do Paraná.
Além de Pepe, foram convertidas para preventiva as prisões de Ivano Abdo, Elias Abdo, Evandro Couto Vianna e Cláudio José Machado Soares.
“(…) diante de um complexo e sofisticado esquema criminoso, que perdura há anos num cenário de corrupção sistêmica, as prisões preventivas de José Richa Filho (Pepe Richa), Elias Abdo e Ivano Abdo se revelam imprescindíveis para preservar a ordem pública e econômica, na tentativa de desarticular a associação criminosa, impedir a reiteração delitiva e recuperar o resultado financeiro criminosamente auferido como proveito da ação ilícita”, justificou o juiz no despacho.
Temporárias prorrogadas
A Justiça prorrogou a prisão temporária – por mais cinco dias – dos investigados José Julião Terbai Jr., José Camilo Teixeira Carvalho e Ruy Sergio Giublin.
O juiz considerou o “risco de eliminação de provas caso os réus sejam soltos antes de uma análise mais aprofundada desses novos elementos”.
Solturas
Evandro Vianna e Cláudio Soares também são considerados peças-chave no esquema de corrupção, de acordo com o Ministério Público, e, por isso, a “necessidade da segregação cautelar para neutralizar sua atuação ilícita”, afirmou o magistrado.
No mesmo despacho, Paulo Sérgio Ribeiro mandou soltar Aldair Petry, Luiz Claúdio da Luz, Maurício Eduardo Sá de Ferrante e José Alberto Rego de Souza Moita, por não considerá-los protagonistas no esquema.
“Destaco que em relação a tais investigados não vislumbro demonstrada situação atual de protagonismo, no contexto dos esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro, a evidenciar que a prisão preventiva seja imprescindível como medida para desmobilizar a organização criminosa investigada e impedir a reiteração delitiva, bem como que sua liberdade, com imposição de medidas cautelares, possa comprometer a ordem pública e a instrução criminal”.
Operação Integração II
A ação investiga crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, estelionato e peculato em um esquema relacionado à administração das rodovias federais no Paraná, no chamado Anel da Integração.
Um dos esquemas, intermediado pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), movimentou R$ 240 mil mensais em 2010 em propina, segundo o MPF.
Foram três mandados de prisão preventiva e 16 de prisão temporária expedidos, além de 73 mandados de busca e apreensão.
Entre os materiais apreendidos pela PF na operação há documentos, contratos, celulares e computadores. Em algumas empresas e órgãos públicos, houve extração de dados do sistema, de acordo com a polícia.