17:01Oberlan Rossetim

EU MESMO – RETORNO A TI

A dor passou por nós
E nos exilou.
Inverno sem primavera.
Galáxia inatingida pela Ciência.
A vida que houve e não nos deixou entrar.
A mesa sempre com café.
Quem nos trazia?
Amanhecia e ainda não havíamos elaborado um sonho.
Não éramos, tantos erros, poucos parques.
Machucados: não com sangue.
Com lágrimas.
Inexistente Medicina.
As ruas não tinham sentido, nem direção.
Tudo ia para o mesmo lugar: a cinza.
A pele é o arquivo.
Guarda o que é nosso, sem que possamos ter.
Revestidos por nossas histórias, que não somos nós.
Não ficamos lá.
Não ficamos aqui.
Partiremos, mármores, e cerimônia.
O tempo passa só para dizer que tudo o que há é tempo.
E quando ficarmos sem espaço, já que somos separados apenas por nossos corpos, seremos um só, ocupando-nos.
Por tempo indeterminado.

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