7:08Manzotti como alvo

O jornalista Aroldo Murá centrou fogo em sua coluna no DCnews na direção do padre Reginaldo Manzotti. Tiro de calibre grosso e a ser considerado, pois Murá, que comanda o Instituto Ciência e Fé, transita com desenvoltura no andar de cima da Curia Metropolitana de Curitiba – e tal torpedo pode estar reverberando o que se comenta lá dentro, como ele deixa claro no final do texto. Confiram:

MANZOTTI EM PINHAIS “E O CIÚME CLERICAL” COM PADRE FABIO

Recursos financeiros não faltam à Fundação Evangelizar, criada e controlada pelo padre-cantor Reginaldo Manzotti, hoje um astro muito bem-sucedido do mercado religioso de sacerdotes católicos que exibem seus dotes pop no rádio e TV.

É one man-show da religião.

Pois Manzotti acaba de comprar dois andares dum moderno prédio da Rua Tibagi com Travessa Itararé, onde montou as instalações administrativas da instituição que deve ter, pelo menos, 500 mil sócios/mensais contribuintes. Eles ajudam, com pagamentos certos, a manter a enorme estrutura e a movimentação do padre e seus shows pelo Brasil. E também a pagar seus momentos de lazer, que nada mais têm a ver com aqueles, frugais desfrutados nos tempos do então padre carmelita, com voto de pobreza…

No Ceará, por exemplo, só se hospeda em 5 estrelas.

Zezinho e Marcello

Afora padre Marcello Rossi e padre Zezinho, considerados “fora de concurso”, e “reais evangelizadores” por analistas dessa realidade do marketing da fé, Manzotti e outro padre, Fábio Mello, são olhados com olhares tortos pela maior parte do clero brasileiro. A começar pelo fato de os dois terem deixado a vida ligada a votos de pobreza, em suas antigas congregações religiosas. Sem contar que, na prática, não estariam obedecendo os planos de pastorais da CNBB.

Padre Zezinho, exceção de padre-cantor, por sua qualidade como compositor e evangelizador, por exemplo, mantém-se fiel ao voto de pobreza feito na Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (SCJ).

As críticas

No fundo, as críticas aos padres-cantores centram-se no ‘vedetismo’ de Manzotti e Fábio Mello, “artistas” explorados pelos meios de comunicação até como forma de contraposição ao avanço dos evangélicos.

Mostrá-los e expô-los é bom para a mídia secular, que se assusta com o avanço da Recorde e associadas.

Sem contradições

Isso não impede, no entanto, que bispos e padres de diversos estados do país gravem periódicas mensagens/homilias para a TV Evangelizar, com sede em Curitiba, e para os programas de rádio de Manzotti.

Os programas, repetidos em centenas de rádios, seriam a “galinha dos ovos de ouro” da Evangelizar, muito mais do que a televisão do padre.

O suporte que a mídia secular dá às andanças de Manzotti e Mello fortalece a repercussão do trabalho deles.

Olhar lânguido

Padre Fábio Mello, com seu olhar “um tanto lânguido”, como observa uma professora da UFPR, estudiosa da mídia católica, mantém uma surda disputa de espaço com Manzotti. E o padre curitibano não esconde retribuir com invidia clerical. A qual – dizem as línguas afiadas – foi ampliada quando Manzotti tomou conhecimento da esplendorosa mansão de Fábio Mello comprou em Cascais, Portugal, onde recebe amigos do Brasil em seus momentos de lazer.

Um ‘Lar’ em Pinhais

Não faltam meios para padre Reginaldo Manzotti sair, de vez, daquele espaço cheio de cubículos, em que está instalada a Evangelizar. Fica no andar térreo da Igreja de Guadalupe, em Curitiba. Para isso, basta que ela decida entre pelo menos três possibilidades concretas que tem pela frente.

Campo Largo: doação

A primeira possibilidade: a construção de um santuário onde exercitaria seus rituais, em Campo Largo, em área de milhares de metros quadrados doada por um “devoto” que agradece a Manzotti “por cura recebida”; outra possibilidade, que não é segredo, é a de vir a ocupar espaço no enorme condomínio de mil casas, que Joel Malucelli erguerá na rodovia Curitiba-Paranaguá, defronte à Renault; e a terceira, e também muito adiantada – é a de construir a sede da Evangelizar, com santuário, em Pinhais. Esse destino, onde começou sua carreira de pop star, Manzotti trabalha há quatro anos, pelo menos.

Força de Luizão

Para tanto, Manzotti prossegue contatos muito frequentes com professor Luizão, ex-prefeito de Pinhais, e que ainda goza de enorme influência na prefeitura da cidade, administrada por uma ex-secretária sua.

Habilidoso no trato político, Manzotti é chegadíssimo a Fernanda Richa e mais chegado ainda foi do ex-governador Roberto Requião, para quem, em dias especiais, como Primeiro de Maio e Natal, celebrava missas, com multidões na Praça Nossa Senhora de Salete, defronte ao Palácio Iguaçu. O populismo de político como RR casa à perfeição com o do one man-show.

Rompeu amizade

Manzotti só não manteve a velha amizade com Rafael Waldomiro Greca de Macedo, de cuja chácara, em Piraquara, era assíduo frequentador.

Brigaram. Tudo porque, diz-se, a transformação da área do Terminal Guadalupe, em espaço para turismo religioso (em função dos milhares que lá vão por causa de Manzotti) acabou não se consumando. A Prefeitura, na verdade, estava propondo uma PPP com a Evangelizar.

O plano falhou: O padre não é dado a enfiar a mão no bolso. Assim, como se a sabe, não mostra “caridade” com os velhos e crianças, segundo as más línguas, algumas delas centradas em áreas da Cúria de Curitiba.

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