Quem sobrevoou o Paraná em meados do século passado viu um mar de mata nativa, com destaque para a exuberância da Atlântica. Hoje há campo que produz umas maiores safras de grãos do país e sustenta boa parte da economia do Estado. A preservação de alguns santuários ecológicos, portanto, merece a atenção que, ao que parece, não está sendo levada em consideração pelos parlamentares da base do governo na discussão sobre a redução da área da chamada Escarpa Devoniana, localizada na região dos Campos Gerais – e cuja formação remonta a 400 milhões de anos. O projeto quer reduzir o espaço, que em 1992 se transformou em Área de Proteção Ambiental (APA), de 392 mil hectares para 126 mil. Aumentar o espaço para agricultura ou reflorestamento com pinus, colando em risco os canyons, rios, vales, animais, etc., é uma ação que, se aprovada, pode decretar um desastre a longo prazo a partir dos conchavos de interesses de sempre. Hoje, a partir das 9h, haverá uma audiência pública no Cine Teatro Ópera, em Ponta Grossa, para se discutir o assunto que já está na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa. A conferir.