7:55Depois dos massacres, o discurso inócuo sobre o tráfico

O noticiário e a discussão sobre a carnificina nos presídios de Manaus e Boa Vista agora descambou para a briga pelo poder dos exércitos do PCC e CV pelo domínio do tráfico de cocaína na região, uma das portas de entrada para o resto do país. As chamadas autoridades e especialistas gastam saliva como no caso da situação presidiária. Não se precisa juntar lé com cré para ver que tudo não passa de uma grande lorota à espera de que um próximo problema do tamanho da dimensão do país tome conta do apavoramento geral para que isso seja esquecido. Solucionática? Quem tem a curiosidade de olhar a fronteira seca do país sabe que é humanamente impossível impedir a entrada por terra e ar do produto. O consumo aumenta a cada dia. Venda de droga é comércio mais que lucrativo. Se há demanda… O exemplo dos Estados Unidos, o Império que gasta zilhões de dólares para estancar a entrada de drogas e até se mete, pra variar, até em atacar nos países produtores do seu “quintal”, ou seja, a América do Sul, não é levado em consideração. O consumo diminuiu lá? Do lado de quem alimenta a cadeia, ou seja, quem cheira o pó branco, para ficar neste exemplo, o que se faz aqui? Nada. Pior: a multidão de futuros consumidores continua ignorante sobre o que pode acontecer depois da primeira cafungada ou, tragada numa pedra de crack, que é derivado. A prevenção seria um caminho mais lógico para se tentar reverter um pouco das derrotas nessa guerra. Informação que não existe. Sim, há de se caçar traficantes, mas qualquer policial sabe que atrás de um chefe preso há uma fila interminável de substitutos.

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