9:02O ANARQUISTA

LEMBRA ALGUÉM?

JUSTO

JUSTO VERÍSSIMO – personagem de Chico Anysio, imortalizado como o paradigma do político brasileiro venal, corrupto e republicano. 

Virgulosos

Ante o exposto, no exercício de juízo de retratação, reconsidero a decisão agravada para admitir o processamento da reclamação e, em juízo de delibação, notadamente precário, ao exame do pedido liminar, presentes o periculum in mora e a plausibilidade jurídica – fumus boni juris – da tese, forte no art. 989, II, do CPC/2015 e no art. 158 do RISTF, concedo a medida acauteladora para o fim suspender os efeitos da decisão reclamada, bem como o trâmite das ações de indenizações propostas em decorrência da matéria jornalística e coluna opinativa apontadas pelos reclamantes, até o julgamento do mérito desta reclamação”.

CONCLUSÃO do despacho da ministra Rosa Weber, do STF, ao suspender os processos dos juízes do Paraná contra jornalistas da Gazeta do Povo. A decisão é provisória. O português rebuscado é definitivo. Paragrafão, oito linhas, vírgula pra dedéu.  Melhor não comparar com texto de jornalista, sempre claro, linguagem fluida, em ordem direta.

Se juiz não tolera que se analise seu salário, imagine se analisarmos seu texto. Em especial os da Gazeta não podem dizer nada. Teve lá o editorialista que quando se aposentou o jornal mandou trocar todas as teclas de vírgula nas máquinas de escrever. Estavam completamente gastas: ele borrifava as vírgulas como sal grosso em churrasco.

Serviço completo

Aposentada do Itamaraty, 77 anos, cruzou com a produtora cultural, 36, negra, no supermercado de Brasília. Implicou com o penteado afro da produtora. Repelida na tentativa de tocar o cabelo, passou à injúria racial. No estacionamento, a aposentada ameaça agressão física. Acabaram na delegacia.

Ali, a delegada, também afro-brasileira, recebeu igual tratamento ao da vítima. A aposentada acabou presa. A racista do Itamaraty merece o odioso clichê, ao inverso: “racista quando não faz na entrada faz na saída”.

Moto-contínuo

Mais R$ 30 milhões em propina de negócios da Caixa Econômica intermediados por Fábio Cleto, vice-presidente indicado por Eduardo Cunha (ao coitado sobraram as migalhas, R$ 1,8 milhão). O dinheiro, sabemos, não é de Cunha. É daquele trust.

Neste momento, o delator informa que deu R$ 5 milhões ao senador Eunício Oliveira (PMDB/CE), futuro presidente do Senado – cujo atual presidente, Renan Calheiros, a cada semana recebe mais uma flechada de delatores ex-companheiros.

R$ 100 milhões desviados em empréstimos consignados a funcionários públicos de dentro do ministério do Planejamento. No Brasil de hoje basta o homem público sair ao sol para surgirem denúncias. Nada mudou, a não ser o noticiário.

“Onde vamos parar”, perguntou-me o venerável e venerando homem público, até hoje a salvo de qualquer imputação. “Nós não vamos a lugar nenhum”, respondi. “Quanto a eles, nunca vão parar. São o moto-contínuo, não têm como, não têm por quê”.

(ROGÉRIO DISTÉFANO)

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