Flechada na suruba
RUBIÃO tirou a roupa, despiu a escrava Anita e chamou a governanta para compor o trio em trajes de Eva antes da maçã. Cena da novela Liberdade, Liberdade, da Globo, que viaja no sexo a três no período colonial. Nada de novo, sexo a um, dois, três, quatro, dezenas, existia antes de os Césares celebrizarem os bacanais. Bacana mesmo na novela está na chamada no uol: “Escrava morre com flechada em sexo a três com Rubião”. O crime não foi passional, mas político, perpetrado pelo falso padre local, que fugiu em seguida. A flecha atingiu a escrava por engano. Seu alvo era Rubião, ricardão, intendente e mandachuva no povoado.
Sexo, bundas e banhos
A novela provocou mal estar entre Maitê Proença e sua dublê de bunda, a modelo Juliana Scalco. Na cena de sexo entre Maitê/Dionísia e Saviano/Thiago Martins, o ator dispensou dublê por motivos óbvios, calipígios. Liberdade, Liberdade, carrega no trinômio sexo, bundas e banhos. O sexo era aberto e franco, os senhores pegando as escravas e Dionísia era a sinhá embevecida com os dotes do escravo Saviano. As bundas lembram a Vênus das nádegas perfeitas. O sexo rola mais na banheira que na cama. Sexo e bundas já eram devoções nacionais, confiram-se Gregório de Matos e Gilberto Freyre. Mas banhos, rolava tanto?
(ROGÉRIO DISTÉFANO)