APPARÍCIO TORELLY, O BARÃO DE ITARARÉ
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A cantora Daniela Mercury recusou convite para chefiar a secretaria da Cultura. Por isso Michel Temer pensa em nomear um homem. Bem que o presidente tentou acalmar os brios feministas. A recusa de Daniela deixou a coisa do mesmo tamanho…
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Mexa-se, Michel
Michel Temer demite 100 ocupantes de cargo em comissão por dia útil. É mais uma paulada na companheirada, que se acha dona do poder por usucapião de treze anos. Significa canetadas de segundas às sextas-feiras, dias em que o presidente trabalha.
Parece que Temer não acompanha a contagem regressiva de Dilma. Podia demitir nos sete dias da semana. Dilma não publicou Diário Oficial no domingo para apressar nomeações? E chegou a mandar o Bessias, seu auxiliar, a São Paulo com a ata de posse de Lula na Casa Civil.
Golpe, que golpe?
O golpe derrubou Dilma da presidência, berram companheiros desguelados e companheiras desgreladas, aqui e no mundo. Dilma continua no Brasil, vivendo no mesmo palácio, com famulagem e ministragem formando-lhe a corte, tem salário, comida, segurança, motorista, piloto, automóvel e avião à disposição. Que golpe foi esse? Num golpe de verdade Dilma estaria exilada em Miami – não Cuba e Venezuela, que petista não é de ferro.
Mea culpa
Seguindo a metodologia estalinista light, o PT começou a fazer autocrítica, o ritual de purificação inventado pelos partidos comunistas. Será o reconhecimento dos erros dos dois governos, Lula e Dilma. Mas apenas dos erros que pode reconhecer sem tropeçar no código penal.
Não vai ter fuzilamento, expulsão ou exílio. É só para reagrupar o partido nos braços do messias de Garanhuns e convencer a massa de que ‘erramos para acertar’. Acertaram, sim. Na loteria do dinheiro público. E sem o risco da aposta.
Dúvida cruel
Renan Calheiros confidencia a senadores que não faz fé na volta de Dilma. Lula reúne os senadores do PT para montar estratégia para a volta de Dilma. Ou Renan esqueceu de conversar com os senadores petistas ou os senadores petistas levam Lula na conversa.
Massa falida/herança maldita
O governo federal prevê para 2016 rombo de R$ 160 bi nas contas públicas. É o tamanho da massa falida que Dilma nos legou. Quando sucedeu FHC, Lula apelidou de “herança maldita” o que recebeu do governo anterior.
Otário, não
A câmara municipal de Campinas (SP) aprovou moção de protesto para declarar persona non grata na cidade o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC/RJ), porque este chamou os vereadores de “otários desocupados”. Os edis sentiram-se ofendidos. Não pelo ‘desocupados’, mas pelo ‘otários’, agressão máxima aos representantes do povo.
Cobra tudo
O ministro Mendonça Filho, da Educação, se diz favorável à cobrança pelos cursos de pós- graduação nas universidades públicas. Que finque mais fundo e cobre tudo, mesmo a graduação. Chega de os filhos da burguesia receberem doutrinação de professores pagos com impostos pesados, que ardem nos pais.
A educação marxóide das universidades públicas deturpa a consciência de classe. Os meninos passam a ter vergonha dos carrões importados e das roupas de grife. De graça apenas para o pessoal das cotas, sejam ricos, sejam pobres. Afinal, estes têm tudo para reclamar da pátria injusta e desigual.
Temer impichado em Cannes
Sônia Braga liderou protesto contra o ‘golpe’ brasileiro no Festival de Cannes, onde reaparece em filme. Sua fama no Brasil decorre de ter atuado em importantes novelas de televisão. Depois radicou-se nos EUA, onde, com intensa participação em pequenos papéis de coadjuvante, registra um único filme de expressão, ‘O beijo da mulher aranha’, que rendeu Oscar de melhor ator a outro, William Hurt – embora ela tenha sido ‘a mulher aranha’.
Sônia Braga possivelmente tem cidadania norte-americana; atores estrangeiros costumam se naturalizar porque facilita o trabalho depois de alguns anos de residência no país. A atriz não lavrou seu protesto contra as propostas xenófobas e militaristas do candidato Donald Trump, rejeitadas pelos bem pensantes do show business dos EUA, nacionais, naturalizados ou ainda estrangeiros. Como os EUA não aceitam desaforo, melhor aparecer xingando o Brasil.
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(ROGÉRIO DISTÉFANO)