7:27O ANARQUISTA

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“Na política não há amigos, apenas conspiradores que se unem.”(VICTOR LASKY)

Podres e maduros

O presidente Nicolás Maduro retirou o embaixador da Venezuela no Brasil. Calma, irmão, Roberto Requião fica, como encarregado de negócios. Antes que desabem o ancinho e a marreta das viúvas do caudilho do Bigorrilho, informo: encarregado de negócios é o funcionário que substitui o embaixador quando este é retirado do país.

Volta à Venezuela o embaixador de direito. Fica no Brasil o embaixador de fato, feliz da vida, oscilando entre Dilma e Temer conforme a utilidade, gozando a aposentadoria de governador que condenava nos outros e as prebendas de senador, incluídas viagens a países irrelevantes da Europa, nunca à Venezuela.

O embaixador de direito deixa o Brasil com sentimento de perda: do Neve, o papel higiênico sedoso e macio, e dos saborosos frangos de padaria – Venezuela acessíveis apenas aos podres e aos maduros.

Vespa e pimenta

Jornal de primeiro mundo diz bobagens de quarto mundo. O Financial Times, respeitado jornal inglês, disse o ‘essencial’ sobre Michel Temer: tem aparência gótica e vida pessoal picante. Besteirol de tamanho igual ao dos petistas inconformados.

Aparência gótica? Foram buscar na comparação, feita pelo senador Antonio Carlos Magalhães, de que Temer parece porteiro de filme de terror. Da aparência do senador ninguém disse nada, ele era brabo, agressivo.  Vida pessoal picante, coisa de inglês sexualmente reprimido…

Temer é 43 anos mais velho que Marcela, a mulher, ele 75, ela 32. O amor exige equivalência de idade? Charles Chaplin tinha 54 anos ao casar com Oona O’Neill, de 17. Tiveram oito filhos. Chaplin picante? Sim, ele e Temer picam. Como vespa e pimenta.

Guia dos curiosos

Você não é chegado em leituras, mas acompanha a política? Então faça o esforço de ler os Diários da Presidência, de Fernando Henrique Cardoso. Um ministro de FHC com quem comentei o livro disse-me que não era obra de leitura, mas guia de referência, consulta. Depois concordou comigo e passou a ler (FHC desmancha-se em elogios a ele). Você pode não gostar de FHC; sem problema se adora Lula com a cegueira apaixonada dos fanáticos.

FHC fala mais mal dos tucanos que dos petistas, é generoso com José Dirceu e José Genoíno, diz que foram leais enquanto na oposição. É justo com Lula. Mas deixa nus muitos dos varões lava jatados que cercam Michel Temer – inclusive o próprio, pintado como fisiológico quando insiste em nomear afilhado para a direção da Portus, fundo de pensão dos portuários. Temer reclamou a FHC de sua imagem no livro.

Outros espertalhões de hoje e sempre são elogiados; eram hábeis e úteis – a FHC e a quem teve e viesse a ter poder. Os relatos do dia-a-da de FHC permitem entender a política brasileira pós redemocratização, na vigência da constituição de 1988, e as armadilhas ali postas para os presidentes. Com leitura atenta e alguma reflexão entende-se por que Dilma fracassou. Tem mais: se Lula escrevesse as memórias de sua presidência eu iria ler e recomendar.

Mídia marota 1

A mídia marota emerge contra Michel Temer: ele foi informante dos EUA. Em 2006 reuniu-se com representantes do governo norte-americano para trocar impressões sobre as eleições brasileiras. ‘Informante’ aqui tem propósitos equivalentes a espião. Nestes dias o Brasil deu um salto de 60 anos, voltando à era Getúlio Vargas, do partido de direita, a UDN ‘da calúnia’. Agora o partido de esquerda reedita a calúnia como arma política.

Espião em 2006, Temer há trinta anos na vida pública, vinte como deputado, líder do PMDB? Quem diz essas coisas é malintencionado ou cretino. Diplomatas brasileiros reúnem-se no mundo inteiro com altos funcionários sem que represente espionagem. Essas reuniões são rotineiras nas relações diplomáticas. São mecanismos de auxílio no processo de decisão no trato entre nações soberanas.

Mídia marota 2

No dia seguinte à posse de Alexandre Moraes no ministério da Justiça pintou a calúnia: ele ainda é advogado em processos justiça paulista. Estaria impedido, por ser ministro. O noticiário veioi municiado por certidão do TJ/SP indicando que o ministro tem procuração nos autos. Curioso que quando Moraes assumiu de secretário em São Paulo nenhuma certidão apareceu – é que o governo Alckmin não é golpista e foi ‘legitimamente eleito’.

Qualquer advogado e funcionário da Justiça sabe que os advogados nas condições de Moraes tendem a se desvencilhar das procurações nos processos em que advogam com outros colegas. Deixam do jeito que está, por pressa, conveniência e até pelo grande número. Pode mesmo haver interesse; nunca se sabe quanto dura o cargo público e se o colega não vai passar a perna nos honorários.

O que importa e os fofoqueiros não falam porque não serve ao propósito de caluniar é: (1) o advogado não pode praticar atos no processo depois de assumir cargo público; e (2) não pode usar o cargo público para interferir no julgamento do processo. Ninguém alega ou provou algo do gênero. Portanto, é o nhenhenhém, o chororô e a calúnia destas horas de mágoa.

Cretino cisplatino

O governo argentino reconhece e o uruguaio não reconhece Michel Temer presidente do Brasil. Meu espaguete continua com o parmesão argentino, mais barato e melhor que o uruguaio. E depois, que importância tem o Uruguai, sócio menor no Mercosul?

Esse povo ainda nos deve dinheiro gasto com o exército do Império para expulsar Rosas, quando o ditador argentino invadiu o Uruguai – que continua faturando a tríplice aliança na Guerra do Paraguai, na qual só emprestou o ‘tri’ e não compareceu com dinheiro.

As cobras dos cobras

Davi Lucca, 4 anos, filho de Neymar, tem 446 mil seguidores no Instagram que louvam sua pela coragem na foto em que aparece segurando uma inofensiva cobrinha. Quem sai aos seus não regenera, permitam a variação do dito popular: Davi herdou do pai talento com a cobra graças à fama, ao dinheiro, às periguetes, marias-boleiras e atrizes venenosas.

Isso é lá com Quincas Borba

O novo ministro da Educação recebeu vaias durante a posse. Não por ele, mas pelo presidente e pelo golpe. E também porque os vaiantes perderão os cargos em comissão. Mudou o governo, tem que demitir os comissionados que aparelham o governo. Isso de ‘ao vencedor, as batatas’  é lá com Quincas Borba. Na política vale o ‘quem vence, leva tudo’.

 

(ROGÉRIO DISTÉFANO)

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Uma ideia sobre “O ANARQUISTA

  1. Nhengo

    Volta com o Maxblog, Rogério Distéfano! Estamos carentes de gente que pensa. A dupla Zé Beto e Rogério Distéfano apavoravam o “Anibalistão”.

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