por Rogerio Distefano
A mídia golpista – expressão imorredoura de São Luís Inácio – ajusta sua mira contra Michel Temer. O PT, atordoado com o impiche ou porque não reuniu o diretório nacional para firmar posição, ainda não reconheceu o fato. Os sinais estão claros, só não vê quem não lê. Vamos a eles.
- O possível ministério de Temer, coisa de arrepiar, lembra os convidados de filmes de terror, conduzidos aos quartos pelo porteiro típico da película.
- A aliança com Eduardo Cunha, que o livra da cassação do mandato.
- O acordo que se desenha entre o PSDB e Delcídio Amaral para que, em depoimento no Senado, o senador-delator se desdiga sobre o que contou de Aécio na PF.
- A entrevista do presidente da associação dos delegados federais sobre o risco de a PF ser manietada nas investigações de corrupção.
Claro que Michel Temer não daria neste momento sua opinião sobre o que realmente preocupa o povo, a corrupção da Lava Jato, que virou antonomásia, como aprendíamos na escola sobre as palavras que identificam qualidades comuns a um gênero: gilete, para lâmina de barbear, brastemp, para geladeira. No futuro diremos lava jato para representar genericamente a corrupção.
Temer pesca nas águas turvas do impiche, que inventou um bode expiatório para a dificuldade de Dilma em administrar e satisfazer a fisiologia parlamentar. Para o vice as pedaladas estão de bom tamanho, ele não teve nada a ver com elas, apenas sentou no selim da bicicleta uma vez e moveu uma volta do pedal. Não pode se comprometer com a Lava Jato, que tem boa parte de câmara e senado entre seus beneficiários, Temer entre eles, segundo as delações.
Está se desenhando o acordo imoral e antipatriótico por trás do impiche. Pune-se Dilma pelo pecado venial das pedaladas e empossa-se Michel Temer para perdoar o pecado mortal da Lava Jato. Se a cusparada de Jean Wyllys em Jair Bolsonaro chocou corações sensíveis, vem aí a escarrada da impunidade da Lava Jato, que será lançada na cara dos brasileiros. Coxinhas e mortadelas, uni-vos.