por Zé da Silva

O homem animal aprende a ler e já quer ser militante político. Sou de direita, grita um. Sou de esquerda, esbraveja outro. Fica ouvindo o bando de espertos de um lado ou de outro, ajoelha, diz amém e começa a treinar a ser papagaio, quando na verdade anda de quatro. Isso acontece porque tem jornal pra ler e tv para ver. Não entende nada, mas acha, porque o líder, o guru, o Jim Jones disse. Normalmente estes chefões, capatazes dos escravos da ideologia, são malucos de pedra ou drogados por natureza. Fazem sexo solitário toda vez que empolgam as massas. Se eles entrarem em conflito e se trucidarem das formas mais bárbaras, o gozo é melhor. Genocidas em potencial, ladrões, bestas humanas, são venerados como santos, enviados dos deuses. E o homem animal, o que não enxerga um palmo diante do nariz, se acha um dos servos especiais – porque há a massa humana de lobotomizados pela mãe natureza, os que seguem, se matam de trabalhar para alimentar a família e o país e só quer algumas horas de descanso para dormir e o final de semana para encher a cara e esquecer o que não sabe. Estes terão a salvação depois da morte. O homem animal de direita ou esquerda, estes deveriam pagar aqui os pecados, me praça pública, obrigados a dizer que são canalhas, imbecis que adoram viver encangados e com viseiras  – mesmo que não acreditem nisso.