Do analista dos Planaltos

Com a janela aberta pela legislação eleitoral a maioria dos partidos recebeu novas filiações e aumentou o cacife . A exceção foi o PMDB de Roberto Requião. Enquanto o PSD e o PSB festejam porque,  somados, receberam mais de doze novos deputados e centenas de vereadores e lideranças, além de prefeitos, o PMDB está  em clima de velÓrio porque  perdeu quatro deputados de grande expressão, ficando a bancada reduzida à metade. a rigor, Requiáo só elegeu o próprio filho.
Não é novidade. Antes disso, por intransigência e teimosia dele, que recusou que o partido coligasse com o PSDB, ficando com a vice-governança, outros  quatro antigos peemedebistas ficaram sem mandato – entre eles os decanos Caíto Quintana e Waldyr Pugliesi. Também ao insistir na naufragada candidatura de Rafael Greca para prefeito da capital, Requião  fez com que o PMDB virasse nanico e elegesse na bacia das almas uma única vereadora em Curitiba – e isso  graças  apenas aos votos da igreja evangélica.
Ou seja, ao fazer a opção pelo nepotismo radical, com as candidaturas preferenciais da família aparecendo na tv e a direção do partido com os funcionários do gabinete,  Requião destruiu o PMDB velho de guerra.
A verdade é que  já  vinha em decadência ao ficar em quarto lugar em Curitiba, sua cidade natal e reduto, na disputa pelo Senado, perdendo para todos os concorrentes de peso, inclusive Ricardo Barros, que é de Maringá . Tinha sido reeleito Governador vencendo Osmar Dias com as calças na mão e  por uma diferença insignificante, apesar do uso abusivo da máquina. Continuou encolhendo e em 2014  foi derrotado no primeiro turno por Beto Richa com uma tunda histórica depois de ter sido Governador por três vezes.
O saldo desses anos requiônicos foi desastroso para o PMDB, que desapareceu de todos os grandes e médios municípios do Paraná onde não elegeu prefeitos e nem apresenta candidaturas competitivas este ano.
Mas não foi só isso, como consequência da postura egocêntrica e isolacionista de Requião. Ao longo dos anos, deixaram o PMDB do Paraná seus quadros de maior expressão local e nacional. A lista é longa. Só de ex-governadores, Alvaro Dias , José Richa, João Elisio, Mario Pereira e Orlando Pessuti, que está com a senha na mão. Ex-prrefeitos como Mauricio Fruet e Oto Cunha  e o Presidente atual da poderosa Associação dos Municipios Marcel Micheleto  entre dezenas de chefes de executivos. Gustavo Fruet e vereadores como Paulo Salamuni e Jorge Bernardi, além do atual Presidente da Câmara Municipal, e centenas de outros tantos.
O PMDB míngua e definha na província  enquanto Requião bajula e  confraterniza com seus pares e iguais na Ilha da Fantasia em Brasilia, gente como  Eduardo Cunha,Romero Jucá , Eliseu Padilha , Michel Temer e Moreira Franco, a cúpula de  septuagenários  enterrada na Operação Lava Jato .
É um caso raro esse na política. Envelhecer mal, perder todos os antigos companheiros e diminuir a cada dia que passa – a triste sina do homem que encolheu.