8:14A doença sem cura

Enquanto a maioria dos brasileiros continuar sem saber que paga a conta, por ignorância congênita, mantida pela imbecilidade pensada da turma do andar de cima, como forma de continuar se esbaldando nos prazeres doentios da grana e do poder, espetáculos deprimentes como este da epidemia de doenças causadas pelo mosquito da dengue serão a notícia da vez. Desde sempre sabe-se que há um jeito extirpar isso: matando o vetor, como diz a presidente da República, que personifica o estado lastimável de um país que tinha tudo para dar certo, mas sempre foi estragado por quem o habita. Alexandre Padilha, secretário municipal de Saúde de São Paulo, maior cidade do país que amanhã completa 462 anos, revelou que 25 mil moradias onde pessoas que tiveram dengue no ano passado foram visitadas neste ano. Lá, as equipes encontraram 33 mil focos potenciais de existência da larva do mosquito. Querem exemplo maior de mistura de ignorância, falta de esclarecimento e entendimento? Num país onde 30% dos que se formam em faculdades são analfabetos funcionais, ou seja, que sabem ler, escrever, mas não entendem o significado das palavras, não é de se estranhar. São Paulo tem 12 milhões de habitantes, sem contar os municípios ao redor. Só Guarulhos, onde está o aeroporto internacional da megalópole, tem 1,3 milhão. O Brasil está perto dos 205 milhões. Ver reportagens de meia dúzia de funcionários da saúde ou soldados do Exército procurando o mosquito nas quebradas deste mundaréu dá vontade de chorar – isso quando conseguem entrar nas casas, porque o povo, além de tudo, tem medo e, depois, vai entupir os postos de Saúde ou hospitais, já lotados e parecendo depósitos de seres humanos, com DengueZika e Chikungunya. Câmera ligada, microfone estendido pelo jornalista bem nutrido, e dá-lhe reclamação. O retrato é doentio. O pior é que sem perspectiva de mudança, sem falar no fato que é na área de Saúde onde os vampiros assassinos das falcatruas mais atuam para desviar verbas públicas para a manutenção do poder do poder e da grana. 

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2 ideias sobre “A doença sem cura

  1. Pedreiro

    Compartilho o pensamento do professor Márcio Andrade Batista, mestre em Engenharia química e está concorrendo o “Global Teacher Prize”, o prêmio Nobel da Educação, Marcio é o primeiro brasileiro a ser indicado ao prêmio.
    “Acho que cada sociedade valoriza os seus ícones.(…) Não tem glamour nenhum em ser professor, não é uma profissão de status, não é tão legal quanto ser um jogador de futebol por exemplo. Esse cara que ganhou o prêmio Puskas (gol mais bonito do ano) foi recebido em Goiânia com o aeroporto interditado, foi um golaço, mas você não vai ver essa mesma repercussão com um professor que fez um projeto bacana.(…)Ciência é um processo de longo prazo e investimento, não adianta você pensar que vai investir hoje e daqui um ano terá resultado, estamos falando talvez de décadas de investimentos pesados em ciência. Valorização da carreira docente, valorização do pesquisador, aliás, o pesquisador não é uma profissão, não existe essa classificação aqui. Para você se tornar um pesquisador no Brasil, deve-se tornar professor universitário e aí sim você acaba fazendo pesquisa. Nos Estados Unidos você pode optar por ser pesquisador ou professor, aqui não, eu por lei sou obrigado a fazer extensão, pesquisa e ensino. Agora você acha que é fácil eu sozinho fazer tudo isso? Eu tenho que ir na sociedade enxergar os problemas que ela precisa e propor uma solução, tenho que ir no laboratório desenvolver uma pesquisa e publicar e tenho que ir para a sala de aula. Se eu pudesse focar só na pesquisa, com certeza a minha produtividade com relação a isso iria aumentar. Então nós temos um longo caminho a percorrer. O sonho mesmo seria você ver um garotinho ou uma menininha falar “quando eu crescer, quero ser cientista ou pesquisador”.

    Entrevista completa disponível em: https://blogdoprofessorfred.wordpress.com/2016/01/18/professor-da-ufmt-do-campus-de-barra-do-garcas-e-o-primeiro-brasileiro-indicado-ao-premio-nobel-da-educacao/#comments

  2. Sergio Silvestre

    O homem se diz filho de Deus,descarta as baratas e todos outros animais que se for ver suas condições são mais organizados que os humanos.
    Somos os ROLA-BOSTA da terra,aqueles que a vão destruir e nos achamos os únicos filho do grande arquiteto do Universo
    Fabricamos heróis e santos de barro,interferimos no encurtamento de vida dos animais para aumentar a nossa.
    Que vocês acham?
    O Humano foi feito cheio de defeitos e Deus está demorando muito para fazer um Recall.

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