Do analista dos Planaltos

No debate na Assembleia Legislativa  sobre a conveniência de se manter ou vender a Granja do Canguiri, um veterano deputado peemedebista que já integrou a corte lembrou que, apesar de o senador Roberto Requião se apresentar sempre como um moralista de plantão e defensor do erário, os gastos daquele local que ocupava eram nababescos.
Além dos jantares semanais com as carnes mais nobres e as recepções para apaniguados, ele não só remodelou a casa como mandou aquecer a piscina, montou uma ala de carros antigos, instalou fibra ótica, tinha uma super adega com vinhos de safras raras, coleção de armas e uma bela pinacoteca.
Nos quintais, avestruzes, faisões e galinhas de angola dividiam o espaço com cavalos de raça tratados por veterinários e policiais militares desviados do policiamento da população.
Toda essa mordomia era oferecida para os habitués frequentadores – entre outros o ex-deputado federal André Vargas e o ex-ministro José Dirceu, que hoje cumprem pena sentenciados por corrupção.
Até o esx-diretor do Senado Fernando Mesquita, envolvido no mais recente escândalo, o da venda de medidas provisórias, foi hóspede de Requião por um longo período na aprazível Granja, onde era servido pelos garçons e a equipe de cerimonial do Palácio Iguaçu, encarregada da mordomia para os distintosm como mostraram os jornais e blogs da época.
Como se vê, o PT é coerente ao se colocar contra o fim das mordomias usufruídas pelos companheiros .
Incoerente é o senador Requião ao pregar o moralismo que nunca praticou – e certo estará o Governo em se desfazer dessa estrutura de desperdício e investir o que for arrecadado em gastos mais necessários.
Certamente muito descontentes estarão André Vargas e Zé Dirceu cujas celas monásticas  no complexo penitenciário ficam na vizinhança da Granja, onde desfrutavam de todas as mordomias do amigo governador.