14:45Paulo Bernardo nega recebimento de propina

Em entrevista aos jornalistas Rogerio Galindo e Kelli Kadanus, publicada no blog Caixa Zero, da Gazeta do Povo, o ex-ministro Paulo Bernardo negou que tenha recebido propina, conforme reportagem publicada hoje na Folha de S.Paulo. Ainda segundo o blog, o advogado do delator Alexandre Romano afirmou que este não citou o ministro na delação. Confiram:

Entrevista com Paulo Bernardo: ex-ministro nega propina

Folha de S.Paulo divulgou nesta quarta-feira reportagem afirmando que o ex-ministro Paulo Bernardo, do Planejamento, teria recebido propinas de um contrato com a empresa Consist. O advogado do delator Alexandre Romano falou à Gazeta do Povo e negou que o ex-ministro tenha sido citado. O ministro concedeu uma entrevista exclusiva para a Gazeta do Povo por e-mail sobre o assunto.

O sr. em algum momento teve contato com a Consist? Eles tinham contrato com o Ministério do Planejamento?

A Consist não tinha contrato com o Ministério do Planejamento. A partir das notícias de jornais, agora, verifiquei que não houve qualquer relação jurídica formal entre o Ministério do Planejamento e a empresa Consist. Também não conheço o presidente da empresa nem qualquer dos seus dirigentes. Portanto, a resposta é não, não tive contato com a Consist.

O convênio deles com a associação de bancos implicava repasse de dinheiro do Ministério do Planejamento, via bancos, para a Consist?

O Planejamento teve um Acordo de Cooperação com a Associação Brasileira de Bancos Comerciais e com o Sindicato das Entidades de Previdência Privada. São instituições que emprestam para os servidores públicos, na modalidade crédito consignado e o acordo visava permitir que cada instituição pudesse ter acesso à chamada margem consignável do servidor interessado em empréstimo. Para viabilizar isso, a ABBC e o SINDAPP contrataram a Consist, com a finalidade de operacionalizar um sistema que pudesse verificar com segurança a margem consignável do servidor.

Esse acordo não previa qualquer pagamento por parte do Planejamento. Ao contrário, as instituições tinham que pagar ao Ministério um valor para cada lançamento a ser efetuado na folha de salários dos servidores, havia um custo para fazer o desconto das parcelas dos empréstimos.

Portanto, a Consist foi contratada e era remunerada pelas instituições que usavam o sistema para fazer os empréstimos (bancos e entidades de previdência). O Planejamento não pagou nada à Consist.

Qual foi a sua participação nesse convênio?

O acordo foi assinado na Secretaria de Recursos Humanos, após parecer favorável da consultoria jurídica do Planejamento. A Secretaria de Recursos Humanos tinha autonomia para firmar esse tipo de acordo, entre outros motivos, por não haver pagamentos a fazer. Não houve participação do ministro, nem assinatura no mesmo.

Quem indicou a Consist? Houve licitação?

Como o Ministério do Planejamento não contratou a Consist, não tenho informação de quem indicou essa empresa. Não sei se a ABBC e o Sindapp, os contratantes, fizeram licitação. É bom lembrar que são todas entidades privadas, portanto, não são obrigadas a fazer licitação. Não sei se fizeram.

O sr. teve acesso ao depoimento do Alexandre Romano? O sr. o conhece? Qual sua relação com ele?

Não, não tive acesso ao depoimento de Alexandre Romano. Não o conheço e não tenho qualquer relação com ele.

O Alexandre Romano, pelo que diz a Folha, acusa o sr. de receber propinas desse contrato. Alguma declaração sobre isso?

Como lhe disse, não tive acesso ao depoimento e não participei do acordo de cooperação firmado entre o Ministério do Planejamento e as entidades ABBC e SINDAPP, e muito menos da contratação da Consist por essas entidades.

A propósito, não sei se a Folha teve mesmo acesso a esse depoimento, dado que, na Justiça e no Ministério Público, fomos informados, através de advogados, que o depoimento é sigiloso. Portanto, não tenho como comentar o que não conheço. Inclusive, não acredito que ele tenha declarado essas coisas, visto que não nos conhecemos.

Mas, se disse, faltou com a verdade. Nunca tomei conhecimento desses fatos ou tive qualquer participação.

Quais são as medidas que o sr. pretende tomar sobre esse tema?

Eu só tenho informações pela imprensa e de parte do processo, a que tivemos acesso. Até onde vi, nem fui arrolado no mesmo. Portanto, não tenho ainda plano de ações a respeito. Mas nossos advogados já conversaram com as autoridades do Judiciário e do Ministério Público, em São Paulo, colocando-me à disposição para comparecer, assim que julgarem conveniente.

A acusação em geral tem a ver com o suposto fato de escritórios de advocacia (especialmente o do dr. Guilherme Gonçalves) gerirem um “Fundo Consist”.  Qual era a participação do Gonçalves no contrato com a Consist? Existia um “fundo”? Quem o geria?

Tomei conhecimento desses fatos e desse suposto fundo, pela imprensa. Guilherme Gonçalves é e foi nosso advogado em vários momentos, mas não sei dos negócios dele e nunca soube da suposta existência desse “fundo Consist”. Ele tem um escritório grande e é claro que quem cuida disso é ele e seus sócios ou pessoas contratadas. Aliás, tenho acompanhado o noticiário e vi que o próprio Guilherme Gonçalves declarou isso em seu depoimento.

Compartilhe

4 ideias sobre “Paulo Bernardo nega recebimento de propina

  1. geraldo fronzi

    Curioso, esse Galindo vive procurando pelo em ovo quando se trata do governo do estado, produziu uma longa entrevista só para o Paulo Bernardo dizer que é totalmente inocente. Dois pesos e duas medidas.

  2. magister

    Rogerio Galindo e aquele mesmo que um dia após os “professores” terem tentado invadir a assembleia legislativa (29.03) numa aula do curso de filosofia (curso sobre o nietzche) estava todo exaltado clamando por justiça e criticando duramente o atual governo, parecia uma tia ideóloga do curso de pedagogia, So faltou estar com uma camisa vermelha do mst.
    O problema não é este senhor ser contra o atual governo do estado, mas sim tentar passar uma imagem de imparcialidade, da mesma forma age o jornaleco que ele trabalha.

  3. Clint Eastwood

    Mais um para a próxima lista de dispensa da gazetinha, o cara só escreve m… mesmo, é um tremendo baba ovo deste Desgoverno pestista.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.