Do Goela de Ouro

A surpresa de hoje do governador Beto Richa sobre o email da Odebrechet apreendido na Lava Jato está na base do “pero que si, pero que no”. Acontece que a onipresente empreiteira veio ao Paraná após a eleição – e por conta própria estudou o tráfego na PR 323, ligação de Maringá com a região de Guaíra. Em troca surgiu o projeto de uma PPP para modernizar a rodovia que tem pista única, com a implantação de pedágio. Quem liderou o grupo que ganhou o consórcio? Mais: ao invés de o DER implantar o pedágio, o Estado se prontificou a colocar mais de R$ 90 milhões na obra. O resto seria da iniciativa privada que buscaria em órgãos públicos. Um ótimo negócio. A grana pública daria para as casinhas do pedágio, pinturas de faixa, e outras coisitas mais. A medida que o dinheiro da tarifa fosse entrando, a publicação começaria. No dia 24/05/2015 o jornal Gazeta do Povo publicou : “Uma série de entraves emperra a duplicação de 207 km na ligação entre Paiçandu e Francisco Alves, Noroeste do Paraná. A licitação para a escolha da empresa que faria a obra, e teria direito de cobrar pedágio, ocorreu há um ano. Desde então, nada mudou para quem usa a PR-323. O governo estadual demorou para provar que tem condições financeiras de garantir R$ 97 milhões da sua parte na obra, e a construtora Odebrecht (que encabeça o consórcio vencedor da licitação com mais três empresas) depende da liberação de um empréstimo de R$ 1 bilhão do BNDES para iniciar a duplicação.” E assim ficou.