11:59Sem vergonha

Do jornalista Guilherme Gonçalves no blog “Conexão Brasília” no site da Gazeta do Povo

Governo perdeu a vergonha de falar em prorrogação do pedágio

A prorrogação do pedágio sempre foi o bode na sala da gestão Beto Richa (PSDB). Algo tratado como segredo de estado. Assumir de peito aberto a renovação dos contratos, que acabam em 2022, poderia ativar uma bomba política com efeitos devastadores durante a campanha pela reeleição, ano passado.

Seis meses após o início do segundo mandato, o assunto volta à tona. Ontem, o governo estadual pegou carona na proposta de representantes de cinco entidades do setor produtivo paranaense – Faep, Fecomércio, ACP, Faciap e Fetranspar – de pedir a renovação da delegação de 1,8 mil quilômetros de rodovias federais por mais 24 anos.

A renovação da delegação é o primeiro passo para dar ao governo do estado condições de negociar os novos contratos. As cinco entidades, acompanhadas da vice-governadora, Cida Borghetti, e do chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra, foram ao Ministério dos Transportes formalizar o pedido.

Como resposta, o ministro Antonio Carlos Rodrigues determinou a criação de um grupo de trabalho para discutir o assunto. Dois fatos novos nessa história: a gestão Richa assume que quer renovar e a gestão Dilma mostrou que topa aprofundar o assunto. No que vai dar? Ninguém sabe.

Cida declarou que as premissas básicas da renovação dos contratos seriam a redução imediata das tarifas e mais obras por parte das concessionárias. Sciarra falou que, mesmo que saia a delegação, não é certo que os contratos serão renovados. “Não é automático: a renovação depende de um acordo que seja bom para os usuários”, disse o secretário.

Gostando ou não da ideia de renovar os contratos, o fato é que é melhor que se trate isso às claras. Para que se saiba quem deve ficar com o ônus e o bônus de uma possível decisão. Afinal, é um assunto importante demais para virar segredo de estado.

Compartilhe

4 ideias sobre “Sem vergonha

  1. jose r

    o problema é malfadado contrato assinado no apagar das luzes do governo lerner, contrato o Pacta sunt servanda, isso impede qualquer manobra judicial desde época do requião, famoso “abaixa ou acaba” que acabou em nada justamente pelo fato do Pacta servanda bloquear completamente qualquer brecha existente que impeça esse modelo “justo” no PR, mas isso a matéria não informa né? melhor fazer de conta que o próprio lúcifer está no comando e ver o circo pegar fogo, lamentável!

  2. jorge armado

    É só colocar o “primo distante” para cuidar do imbróglio que a coisa anda. É o não-funcionário mais eficiente que o Paraná já teve.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.