15:59Depois da greve… a doutrina?

De um artigo de Eduardo Sciarra, secretário da Casa Civil, publicado hoje em jornais do Interior, a respeito do que vem acontecendo nas salas de aula depois do fim da greve dos professores: … escola não é lugar para doutrinar ninguém e sim um espaço de ensino e aprendizado. A mudança curricular foi defendida para afastar das salas de aula qualquer disciplina que induzisse o aluno a algum tipo de ideologia. Nada mais adequado.

… Passados 30 anos (da ditadura militar), aquilo que era abominado volta a ser usado nas escolas paranaenses, agora sob o manto e o disfarce do protesto. Longe de seguir a cartilha do magistério, e bem orientados quanto ao modelo de radicalização sindical, muitos professores estaduais têm trocado o horário de aulas pela encenação de um teatro político. … Munidos de vídeos previamente editados e outros artefatos, tentam transmitir a mensagem do bem contra o mal. No discurso, o governo é demonizado. Esquecem, porém, de relatar os avanços que permitiram, entre outros benefícios, um aumento de 60% no salário do magistério em quatro anos. Em que pese o direito de cada um ter posição política numa democracia, questões políticas e partidárias não deveriam se sobrepor ao princípio de que os alunos estão na escola para aprender o conteúdo necessário para que sejam preparados para a vida. Para quem quiser ler o artigo na íntegra:

Escola não é lugar para doutrinar

Eduardo Sciarra O fim da ditadura militar provocou diversas transformações no Brasil. Na Educação houve a extinção de conteúdos considerados doutrinadores por especialistas da área. Obviamente, escola não é lugar para doutrinar ninguém e sim um espaço de ensino e aprendizado. A mudança curricular foi defendida para afastar das salas de aula qualquer disciplina que induzisse o aluno a algum tipo de ideologia. Nada mais adequado. Passados 30 anos, aquilo que era abominado volta a ser usado nas escolas paranaenses, agora sob o manto e o disfarce do protesto. Longe de seguir a cartilha do magistério, e bem orientados quanto ao modelo de radicalização sindical, muitos professores estaduais têm trocado o horário de aulas pela encenação de um teatro político. Com um descarado discurso que só interessa aos partidos que sustentaram uma absurda greve que lesou um terço do ano letivo, alguns professores tomam o precioso tempo do aprendizado dos estudantes na disseminação de apologias contra o governo do Estado. Deseducação, conforme relatam pais de alunos. Passada a greve dos professores, superado o impasse pelo reajuste salarial dos servidores, em solução acordada entre todas as partes envolvidas, é hora de arrumar a casa tendo como fundamento prioritário o ensino pedagógico. A volta à escola deveria provocar reflexões profundas, especialmente porque o objetivo principal de um estabelecimento de ensino é preparar os alunos e, sem distorções, ampliar seus conhecimentos. Distante do conceito maniqueísta, o governo do Estado mantém plena confiança na capacidade e na seriedade dos profissionais que escolheram o magistério como ofício. Estamos ao lado daqueles que têm e exercem a nobre missão de educar. O que se pede é o comprometimento de fazer da escola um local de valorização humana e não um palco de manifestações com propósitos distorcidos. Nosso compromisso maior deve ser com um milhão de alunos e suas famílias. Esses paranaenses não merecem submeter-se à cantilena partidária, tenha a cor que tiver, em detrimento de uma educação de qualidade. Os esforços da Secretaria da Educação, neste momento, são para garantir os 200 dias letivos e 800 horas de conteúdo, conforme prevê a legislação. Isso significa respeitar aqueles que foram os verdadeiros prejudicados com a greve: os alunos. Infelizmente, este esforço não encontra ressonância em parte das 2,1 mil escolas do Estado. Mesmo com seu sindicato concordando com os termos de reajuste salarial, uma parcela de professores insiste em manter, nas salas de aula, ensinamentos distorcidos de uma greve abusiva e anarquicamente orientada. Munidos de vídeos previamente editados e outros artefatos, tentam transmitir a mensagem do bem contra o mal. No discurso, o governo é demonizado. Esquecem, porém, de relatar os avanços que permitiram, entre outros benefícios, um aumento de 60% no salário do magistério em quatro anos. Em que pese o direito de cada um ter posição política numa democracia, questões políticas e partidárias não deveriam se sobrepor ao princípio de que os alunos estão na escola para aprender o conteúdo necessário para que sejam preparados para a vida. Os professores, todos eles, como emissores do conhecimento e, em tese, do desenvolvimento humano, deveriam entender que os paranaenses já perderam muito com esta greve. Não é conveniente, nem agora nem em qualquer momento, usar a escola para doutrinação. Sem meias palavras, escola é lugar de educar.

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