6:54Guia 4 Rodas Brasil, adeus

por Célio Heitor Guimarães

A Editora Abril, um dos maiores grupos editoriais do país, anunciou o fim do Guia 4 Rodas Brasil, cuja edição de 2015 comemora o 50º aniversário. Juro que não tenho nada a ver com isso. E explico:

Faz algum tempo que eu vinha adiando uma manifestação ao Guia 4 Rodas. Andava inconformado com o atual estado da publicação. Há uns dez dias, finalmente encaminhei, via internet, uma mensagem-protesto à diretora de redação do periódico. Escrevi:

“Viajante apaixonado, vibrei de alegria e emoção quando do lançamento do Guia 4 Rodas do Brasil, no final de 1965. Com ele na mão, cruzei boa parte do território nacional, via rodoviária, destacando as regiões Sul e Sudeste. Foi-me sempre de uma utilidade extraordinária. Graças a ele descobri localidades, recantos, posadas e restaurantes dos quais nunca ouvira falar. Foi um companheiro fiel, tão estimado quanto imprescindível. Por isso, segui-lhe a trajetória, as transformações, a evolução. Até bem pouco tempo, tinha todos os 50 volumes guardados. Lamento informar-lhe, no entanto, que o 50°, de 2015, foi o derradeiro que adquiri. E os motivos são vários e justificáveis.

“Com o passar do tempo, pretendendo modernizar-se, o Guia Brasil 4 Rodas foi perdendo qualidade. Não na forma, mas no conteúdo. Com o correr dos anos, foi perdendo a sua essência. Começou eliminando informações que algum editor genial achou desnecessárias, como a altitude das cidades (dado importante para o turista que tem problema com a pressão cardíaca); depois, podou os roteiros de viagem e reduziu as informações sobre os sobreviventes e suprimiu indicações de hotéis e restaurantes, sobretudo os menos estrelados. Quer dizer: a publicação sofisticou-se, elitizou-se e tornou-se dispensável como parceiro de viagem para boa parte dos brasileiros, entre os quais me incluo.

“A atual edição, comemorativa ao 50º aniversário, é uma lástima! Com o propósito de tornar-se mais “enxuto”, o Guia Brasil 2015 compactou dados, resumiu-os, agregou o que não é agregável, excluiu centenas de localidades – todas importantes para o viajante de turismo ou de negócios. Numa rápida comparação com a edição de 2012 (uma das melhores dos últimos anos), desapareceram, por exemplo, Bagé (RS), Barbacena (MG), Barra Bonita (SP), Bertioga (SP), Bragança Paulista (SP), Cabreúva (SP), Cachoeiro de Itapemirim (ES), Caconde (SP), Caeté (MG), Caiobá (PR), Cambuquira (MG), Caraguatatuba (SP), Carrancas (MG), Chapecó (SC), Chuí (RS), Cotia (SP), Criciúma (SC), Delfim Moreira (MG), Extrema (MG), Farroupilha (RS), Flores da Cunha (RS), Guaratinguetá (SP), Guaratuba (PR), Iguape (SP), Itanhaem (SP), Jaguariúna (SP), Macaé (RJ), Mangue Seco (BA), Monte Alegre do Sul (SP), Mossoró (RN), Mostardas (RS), Novo Hamburgo (RS), Passa Quatro (MG), Passo Fundo (RS), Pelotas (RS), Piçarras (SC), Pindamonhangaba (SP), Piracicaba (SP), Pomerode (SC), Pouso Alegre (MG), Pouso Alto (MG), Prado (BA), Rio das Ostras (RJ), Rio Grande (RS), Rio Verde (GO), Santa Cruz de Cabrália (BA), Santa Maria (RS), Santa Rita de Jacutinga (MG), São Leopoldo (RS), São Pedro da Aldeia (RJ), São Tomé das Letras (MG), Saquarema (SP), Tramandaí (RS), Uberlândia (MG), Vacaria (RS) e Vinhedo (SP) – inclusive sem nenhuma remissão a outro endereço.

“Há exclusões simplesmente inadmissíveis, como as de Caxias do Sul (RS) – a segunda maior cidade do Rio Grande do Sul e principal metrópole da serra gaúcha; Itajaí (SC) – um dos maiores portos marítimos do sul do país e centro de atrações turísticas; Lages (SC) – onde surgiram os hotéis-fazenda no Brasil; Laguna (SC) – terra de Anita Garibaldi; Londrina (PR) – segunda cidade do Paraná e a principal do norte paranaense; Nova Trento (SC) – terra da primeira santa brasileira, Santa Paulina, e local de intensa peregrinação; São Bento do Sul (SC) – cidade típica de colonização alemã e uma das maiores fabricantes de móveis do país; São Bernardo do Campo (SP), São Caetano do Sul (SP), São José dos Campos (SP) – que dispensam justificativa; e São Vicente (SP) – primeira vila fundada pelos portugueses (Martim Afonso de Souza) no Brasil, em 1532. Pouco importa se foram agregadas a outras localidades (a grande maioria sequer foi). Isso é inaceitável diante da importância de cada uma delas. Tanto quanto absurdo se torna agregar Niterói ao Rio de Janeiro, Genipabu a Natal e a paulista Águas da Prata à mineira Poços de Caldas (32 km adiante).

“Pior ainda: Será que alguém que procura Barra Bonita será capaz de imaginar que só irá encontrá-la em Brotas, a 70 km de distância?! Ou quem pretenda veranear em Termas de Jurema, localizada em Campo Mourão (PR), saberá que as informações estão em Maringá, a 147 km?!!! Pouca gente recorrerá, igualmente, a Curitiba para informar-se sobre o Mabu Capivari Ecoresort, situado no município de Campina Grande do Sul, às margens da BR-116, a 70 km da capital paranaense. O mesmo se pode dizer do hotel La Dolce Vita, localizado no município de Tijucas do Sul, 35 km adiante. E a legendária Lapa (PR) também não fica “Logo Ali”, mas a 71 km de Curitiba; São Francisco do Sul (SC) está a 52 km de Joinville; e Lins (SP) a 128 de São José do Rio Preto.

“Dos Roteiros de Viagem, foram deixados de fora o Vale do Itajaí (SC) e a Serra Catarinense. Por quê? E o que houve com as Terras Altas da Mantiqueira… Há uma edição especial sobre a região, mas ela não está no Guia Brasil.

“Com todo o respeito, não se entende mais o critério adotado na seleção e distribuição do material que compõe a tradicional publicação”.

Seja sincero, leitor: você acha que fui eu que acabei com o Guia 4 Rodas Brasil?! Por favor, ajude-me a aliviar esta aflição!…

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30 ideias sobre “Guia 4 Rodas Brasil, adeus

  1. walter

    Parabéns, Celio, pelo brilhante texto. Gosto muito do Guia. Tenho vários. E concordo com você: o último é um a lástima. Lamento, assim como você, o fim da publicação.

  2. Wagner

    Não só o Guia 4 Rodas está péssimo, a revista também caiu muito a qualidade das matérias.

  3. Marcos

    Claro que não foi por causa de você Célio, eu também usei muito, principalmente o Guia 4 Rodas de 1980, foi bastante útil para mim, e comprei poucas outras edições, mas todas me ajudaram bastante.
    Acho que é o avanço da tecnologia que tirou a importância de se ter em mãos esses Guias, no nosso celular podemos ter quase a todas as informações que eles possuem.

  4. pio

    Olha Célio, é mais uma batalha vencida pelo meio eletrônico contra o meio impresso. É tudo muito triste, fim de época, mas é irreversível. A mudança é implacável e não convém nos apegarmos a nenhum veículo impresso, todos, inclusive Estadão e Folha, vão desaparecer. A própria Veja, se não conseguir qualificar melhor seus conteúdos, vai pro buraco.

  5. Célio Heitor Guimarães

    E onde não houver sinal da internet ou de telefonia móvel não haverá mundo…

  6. tomas fischer

    Foi sim. Suas palavras acabaram com o Guia 4 Rodas!
    Por favor escreva sobre:
    O governo.
    Inflação.
    Torcidas organizadas.
    O programa do Gugu.
    A seca.
    O juro do cartåo de crédito rotativo.
    Dunga.

    Depois de resolvidos estes assuntos, mando outra lista.
    Antecipadamento agradeço e fico no aguardo.
    Abraços.
    tomas

  7. Ricardo T Cunha

    Oi Zé Beto,
    Que bom saber que mais pessoas, ainda nais um especialista, tem o mesmo sentimento que eu a anos…
    Assíduo comprador das edições do Guia 4 Rodas, passei a comprar ano sim, ano não, e no final sempre usando de anos anteriores cuja qualidade das informações eram mais importantes que a sua atualidade…
    O Guia 4 Rodas se “renovou”, se elitizou, condensou, ficou “comercial” demais… e perdeu qualidade e leitores, e não culpem a internet e os apps por isso!
    Não é saudosismo nem onda vintage, é falta de informação de qualidade mesmo.
    Uma lástima.
    Ricardo Cunha

  8. Raul Urban

    Uma lástima, o fim do Guia Quatro Rodas. Uma lástima, também, a edição do cinquentenário. Digo isso, porque tenho TODAS as edições. O que no passado foi um primoroso objeto de consulta para viajantes e viajores, acabou caindo no descrédito. Associar locais a municípios distantes deaenas ou até centenas de km adiante, nada mais é que uma burrice cavalar (rsrs).
    Hoje, dia 25 de fevereiro de 2016, acabei de comprar o Guia 2016/2017. Para minha surpresa, contendo exatamente as mesma excrescência da edição do ano anterior. E o que mais assustou: identificado como GUIA MAPOGRAF BRASIL, mas com a tipologia “Brasil 2016/2017 – o melhor do país” similar à da Abril – o que, claro, leva ao engano do leitor, que se vê ludibriado.
    Lá se foram R$ 40,00, paciência! Enfim, vamos ver no que vai dar isso!!

  9. Silvio Atanes

    Olá Zé Beto. Você tem razão. Trabalhei no Guia, como revisor e repórter, entre 1998 e 2001. Participei de reuniões de pauta em que as cidades começaram a ser fuziladas sumariamente! Testemunhei o começo dessa derrocada, em que o marketing venceu o jornalismo. Trabalhar para quê, se tudo está disponível por meio de jabazões e bocas-livres? Antes referência em turismo, o Guia começou a rolar ladeira abaixo com a alvorada do século 21. R.I.P., Guia Quatro Rodas.

  10. CELSO LUIS

    Comecei comprar o Guia 4 Rodas em 1974 e assim, ano a ano fui comprando até o último em 2015.
    Como já bastante comentado, o conteúdo foi sendo reduzido ao longo dos anos. Havia informações de hospitais, aeroportos, rodoviárias de ônibus, itens muito importantes para um guia de viagens, além de outras também importantes já citadas neste espaço.
    A última edição foi a pior de todas e para mim é mais uma prova que a Editora Abril está com sérios problemas financeiros e ainda não descobriu um caminho para enfrentar a era digital.
    Quanto ao Guia da Mapograf editado em fevereiro deste ano, eu também o comprei e vi que nada mais é do que republicação do Guia 4 Rodas de 2015, acrescido de uma matéria sobre as Olimpíadas no RJ. No entanto se prestarem a atenção, verão que a Editora Mapograf pertence ao Grupo Abril (final do verso da primeira página).
    Assim, nada mudou, está tudo na mesma casa, só em cômodo diferente.

  11. alfeu alves feitosa

    Perfeito Zé!!!
    Esse texto foi cirúrgico. Absolutamente contemporanio, verdadeiro e esclarecedor. Eu e minha família também somos usuários do Guia 4 Rodas desde 1982. Compramos o exemplar todos os anos antes de viajarmos e sempre nos guiamos por este periódico. Somos estradeiros, eu e minha família.
    Acabo de passar numa livraria prá comprar o guia 2017, pois, viajamos sempre no mês de janeiro pro nordeste, e para minha frustação o jornaleiro me falou que o guia 4 rodas não está mais à venda e que foi vendido para outra empresa, lameeeennnntável. O mesmo jornaleiro quis me vender um mapa 4 rodas 2016/17 de fevereiro de 2016. Então eu o endaguei. Peraí, as atualizações geralmente são feitas com 6 meses de antecipação, geralmente o Guia é vendido outubro/novembro pro ano seguinte. Caramba, se eu compro um mapa de fevereiro de 2016 quando eu for trafegar nos trechos em janeiro de 2017, não terei a mínima noção das condições das estradas . Puxa terei que me virar com as informações do Dnit?! fala sério.

  12. Valéria Leite

    Parabéns Célio!!
    Estou chocada, pois em outubro de 2016 não achei o Guia 4 Rodas Brasil e comprei o Mapograf 2016/2017. Que decepção!!! Fiquei indignada com a falta de informação e com comentários como “em obras, previsão de conclusão em maio de 2014…” Como assim?? O guia não é 2016/2017??? Como ???
    Informações importantes, como você comentou sobre o Guia Brasil 2015, também foram suprimidas no Mapograf… Estou indignada!!! Paguei caro num Guia que não guia nada!!! Infelizmente me desfiz do Guia Brasil 4Rodas de 2012…. Tenho só o de 2014… Que saudades do Guia Brasil 4 Rodas !!!!

  13. José Francisco

    Senti o mesmo. As últimas edições foram muito ruins. Guardei uma das melhores edições, a de 2006, a qual me socorro vez ou outra por conta dos excelentes roteiros de viagem, por região. São muitos bons.
    Com relação à hospedagem, agora me dirijo à internet. Paciência né!! Amizades terminam, casamentos acabam, guias quatro rodas também.

  14. Gilberto Araújo

    Nunca o celular irá substituir a praticidade do guia 4 rodas na mão…são ferramentas complementares! Tenho o G4R 2014 e usei-o na minha viagem ao sul…senti falta de dados atualizados, e soube que a Abril descontinuou-o… Triste, pois a Mapograf apenas copiou e colou a última edição de 2015, eliminando muitos municípios… Novamente, as duas ferramentas são complementares, o guia, para te dar um roteiro de um passeio, e o celular como atualização…

  15. Sonia Regina Granato Silva

    Estou passada. Não sabia q o Guia 4rodas não existe mais. Pretendia comprar o guia de 2017 na esperança de ter havido melhorias na edição e de ter aumentado o numero de localidades e fico sabendo q o último foi em 2015 e q ainda suprimiram várias cidades. Guardo comigo duas ou três edições antigas que me foram muito úteis. É uma pena!

  16. Danielle

    Gente, preciso muito do guia rodoviário com os mapas, vou trabakhar na região de MInas e dó com o GPS é muito difícil. Se alguém tiver eu compro

  17. Markus Gunther Schultz

    Abriu-se uma brecha de mercado. É lógico que para fazer um guia desses é necessário muito capital inicial, mas… com a Internet, formando um grupo, poderíamos montar um “clubinho”, a nível nacional, onde cada um dá as características de sua localidade (locais interessantes (para turismo, negócios, lazer, esportes, descanso, etc.) hotéis e restaurantes, condições das estradas, valores e por aí vai. Aí, se um dos membros se interessar, e com a ajuda dentre os demais que quiserem ajudar, poderia ser montado algo parecido ao guia (ter guia de papel na mão longe de tudo onde não tem sinal é importante), que tal?

  18. celso jose da silva

    Olá José Beto e demais ilustrados escritores do Brasil!

    Acho que Você faz um legitimo lamento e deve ter muita razão em tudo que relata!
    é a tendência da ventania tecnológica e involução mental.
    Mas olha o meu drama: Sou um péssimo estradeiro e perdi meu guia 2015,
    comprei o tal Mapograf, mas é bisonho!!!
    Preciso correr o MT ( está em 8 páginas), como um retardado como eu consegue se orientar?
    Se alguém tiver e quiser presentear um exemplar desse vencido, ainda vai me ajudar.
    Posso pagar pelo menos o correio… Abraços… celso…

  19. Teresa Cristina F Miazzi

    Também lamento muito . Estou demorando o quadruplo do tempo para pesquisar na internet e sinto muita saudade da confiabilidade dele . Há 10 deixei de ir a hotéis não listados neles .
    As edições sobre Buenos Aires foram imperdíveis .

  20. MARCIO RODRIGO FICAGNA

    OLA,BOM DIA!!!!
    ESTOU A PROCURA DO GUIA 4 RODAS PODE SER O 2015 MESMO….SE ALGUEM TEM UM PRA VENDA ESTOU DISPOSTO A NEGOCIAR….
    49 9 8421 4697
    49 9 9900 7210
    ATT MARCIO

  21. elizabeth scott

    3 anos após..descubro isso… Parei de trabalhar no dia 4 de abril de 2016…fiquei em casa por anos e este mês retornei…E ontem, falei nele pq parei em 2015 tbm…e digo a você, foram 30 anos trabalhando com ele, mesmo na era do Google, PC etc… minha ferramente maior pois, era nele que me baseava e tbm presenteava os turistas internacionais, quando necessário…ainda não usava o trip advisor on line que mesmo assim me deixa a desejar…mas enfim…o que podemos fazer? Obrigada, de qualquer jeito.

  22. Malu Ferreira

    Concordo com o Célio e todas indignações acima, pois trabalhei 30 anos da minha vida profissional em agência de turismo, nas quais sempre utilizei para consulta de hospedagens para meus clientes. Apesar da tecnologia, uma consulta rápida neste guia sempre foi muito eficiente.
    Que pena!

  23. Andrey Austin

    Lamentável a queda de qualidade das ultimas edições do Guia 4Rodas. E o guia acabou por causa disso: (queda de qualidade e redução de cidades mapeadas) e não por causa da internet ou dos smartphones. Pq uma coisa complementa a outra.
    Em meu novo trabalho tenho que viajar em todo o interior do PR, e estou a procura de um guia com hotéis das cidades interioranas e com um mapa rodoviário do estado inteiro.
    Existe algum outro guia atualmente?

  24. Wanderley Rezende

    Apenas endosso tudo que vc disse nesta genial matéria , tbm sou amante da revista e sempre foi minha companheira inseparável em minhas viagens , tanto a trabalho qto a veraneios , espero que um dia isto se resolva …
    Obs: A desculpa de ter internet , não justifica nada , não existe nada que venha substituir a revista impressa , virtual nunca funciona , ainda que a revista esteja desatualizada , ajuda muito mais que internet , ainda mais no brasil que está cada dia mais cheia fakes news e fraca de sinal , prefiro tudo impresso …!
    Obgdo amigo …
    Abraços

  25. Francisco Mascaro

    começei a viajar o Brasil em 1986 ate 2004 sempre acompanhado do velho Guia Brasil Quatro Rodas e me foi muito util desde Chui RS ate Belem PA

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