7:03Uma pequena história sobre a vida

por Sergio Brandão

“O senhor não é o Padre Jorge?”, pergunto ainda na dúvida, olhando fixamente para aquela figura que ainda preserva a feição séria, agora bem mais velha, baixa, careca… inconfundível. Claro que é o Padre Jorge, penso!

“Sim”, responde ele, tentando também me identificar, olhando fixamente, ainda com meio sorriso, daqueles de quem ainda não sabe com que está falando.

Facilito a vida dele dizendo que morei anos no Alto São Francisco – e durante aquele período frequentei suas missas na Igreja de São Vicente de Paulo.

“Ahhh, sim”, diz ele com cara mais simpática, afirmando que a minha fisionomia era mesmo conhecida, mas não saberia dizer quem eu era. “Talvez me lembre mesmo de você nas minhas missas, coisa que não faço mais, é que estou muito velho”.

Me pergunta como estou, afinal nosso encontro é num hospital, onde ambos estão sendo atendidos para exames. Digo que estou bem.

Ainda sorrindo, tenta me pegar com uma pergunta: “Mas você ainda vai à missa, não é?”

Respondo que sim, imagine contrariar Padre Jorge, no alto dos seus 80 e tantos anos. Conversamos mais sobre pequenas coisas – e antes de sair me abençoa com o sinal da cruz, gesto usado muito pelos padres católicos,como proteção aos seus fiéis.

Mal sabe Padre Jorge que seu gesto estava sendo dirigido a um espírita, que estuda a doutrina de Kardec há mais de 7 anos e que frequenta e trabalha em Centro Espírita.

Mas… saiba de uma coisa, Padre Jorge, sua benção, ou passe, me caiu muito bem. Era a paz que procurava antes de mais um exame tenso, que me tirou o sono durante a noite e que muitas vezes me coloca à beira do desiquilíbrio. Sua benção (passe) caiu do céu, padre. Obrigado!

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