6:03Maioria dos curitibanso desaprova gestão de Fruet

Do jornal Gazeta do Povo

Desaprovação de Fruet sobe 15 pontos e chega a 65%

Apenas 6% dos entrevistados pelo Paraná Pesquisas acham que a gestão do prefeito está melhor do que o esperado

A desaprovação do eleitor curitibano em relação à classe política do país não poupou o prefeito Gustavo Fruet (PDT). Segundo levantamento do instituto Paraná Pesquisas encomendado pela Gazeta do Povo, entre dezembro de 2014 e março deste ano, a desaprovação a Fruet subiu 15 pontos porcentuais: de 50% para 65%. Além disso, apenas 6% acham que sua gestão está sendo melhor do que o esperado no momento da eleição – enquanto 58% estão decepcionados com a prefeitura.

Crise econômica e gestão “modesta” explicam números

O mau momento econômico que vive o Brasil, aliado à crise de credibilidade da classe política, pode ter ajudado a derrubar a popularidade do prefeito Gustavo Fruet (PDT) ao longo de seu mandato. Entretanto, a “modéstia” da gestão, carente de grandes obras e pouco inovadora em relação às anteriores, também é percebida e tira pontos do prefeito junto à população. Os números são ruins; ainda assim, para os cientistas políticos consultados pela reportagem, é muito cedo para qualquer previsão de cenário eleitoral.

Para o cientista político Luiz Domingos Costa, do grupo Uninter, o quadro geral da política e, principalmente, da economia ajudam a entender os números. Por um lado, há o efeito direto: com a economia em baixa, a arrecadação fica prejudicada e imobiliza a gestão. Por outro, o eleitor, em tempos de crise, tende a avaliar mal todas as esferas de poder. Nesse ponto, Costa diz acreditar que os 65% de desaprovação “nem são tão ruins”, se comparados à avaliação de Beto Richa (PSDB) e Dilma Rousseff (PT).

Entretanto, Costa avalia também que há, por parte da população, uma percepção de que a gestão de Fruet pouco tem avançado em relação às anteriores. As intervenções mais visíveis do prefeito na cidade são projetos como a Via Calma e a faixa exclusiva de ônibus. Nos dois casos, Fruet fez, até agora, apenas mudanças pontuais e, ainda por cima, que contrariam os anseios imediatos da população – ainda que sejam positivas no longo prazo.

O cientista político da UFPR Emerson Cervi também avalia que Fruet “não tem conseguido fazer uma gestão que ande”. Um dos exemplos seria o transporte coletivo: em dois anos, ele teve de lidar com quatro ameaças de greve e não conseguiu uma solução para a questão dos motoristas.

Ainda assim, Cervi pontua que não é possível cravar que Fruet terá dificuldades para se reeleger. Primeiro, porque, em dois anos, há a possibilidade de uma reversão no mau momento econômico e, mais importante, na própria gestão. E, segundo, porque, ainda que esteja mal avaliado, o desempenho eleitoral depende também dos adversários – até o momento desconhecidos.  (CM)

A tendência de queda na popularidade de Fruet vem desde 2013. Em abril daquele ano, o prefeito era aprovado por 65% dos curitibanos. A partir dos protestos de junho de 2013, a avaliação foi caindo progressivamente, e, em dezembro do ano passado, ficou pela primeira vez abaixo dos 50%. Três meses depois, apenas 30% dos eleitores dizem aprovar a gestão.

A queda na avaliação de Fruet segue a má avaliação de outros governantes. Na semana passada, a Gazeta publicou reportagem sobre a avaliação de Beto Richa (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) pelos paranaenses – o governador é desaprovado por 76% do eleitorado, e a presidente, por 82%.

Contexto

Os meses de janeiro e fevereiro foram de bastante turbulência no plano nacional e federal – o que explica em parte a queda de Dilma e Richa.

No plano municipal, não foi diferente. Em janeiro, houve greve do transporte coletivo, devido à falta de pagamentos de benefícios a motoristas e cobradores. Após longa discussão sobre a responsabilidade pelo sistema integrado entre governo estadual e prefeitura, o município decidiu acabar com a tarifa integrada na região metropolitana.

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Além disso, houve greve de servidores da saúde – a paralisação durou dois dias, e atingiu 72 de 109 Unidades Básicas de Saúde (UBS). Assim como os motoristas, os servidores cobravam o pagamento de benefícios – neste caso, horas-extras que não haviam sido pagas em 2014.

As duas áreas puxam a avaliação de Fruet para baixo. 64% dos entrevistados consideram a gestão do prefeito na área do transporte coletivo ruim ou péssimo – e 61% acham o mesmo da saúde. Na educação e na área social, a avaliação da população é um pouco melhor.

O levantamento sobre a avaliação de Fruet foi realizado em Curitiba entre os dias 3 e 7 de março. Foram entrevistadas 819 pessoas maiores de 16 anos. A margem de erro é de 3,5% e o grau estimado de confiança, de 95%.

 

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3 ideias sobre “Maioria dos curitibanso desaprova gestão de Fruet

  1. Indignado

    Tenho admiração pelo Gustavo, o homem e o ex-deputado. Ele é íntegro, é trabalhador, é coerente e quando fala na televisão não destila mentiras e covardia, como o governador e aquela do R$1,99.
    O problema, é que ele faz como todos os políticos que assumem cargos e ao invés de dar transparência
    e mostrar ao público (que é a parte otária que paga tudo) e à imprensa um raio-X da administração, ficou de lamúrias mais de ano. Se o antecessor (es) fez (fizeram) merda, diga quem e onde e como, afinal, quis pegar a batata, tem que segurar e descascar. Mas na política brasileira arcaica e ignóbil, coragem e espírito público são tão comuns quanto ver ararinha-azul ….se quiser ver…tem que ir pra
    Alemanha. O pior de tudo, é que não há político com vocação pra estadista no Brasil desde JK. No Paraná desde a morte de Souza Naves. Lamentável, nunca verei o Brasill grande, educado, honesto e digno. País de otários e canalhas, sempre.

  2. toledo

    Votei no Fruet, mas acho ele uma Granola sem açúcar. Não tem gosto de nada. Não fica nem puto. Parece um manso convicto. Foi como o Lerner ao contrário, o Lerner foi um bom Prefeito e o Fruet parece um bom parlamentar. A diferença é que o Fruet é honesto, já o Jaime ? Alguém garante ???

  3. Noé

    Talvez tenha até algum talento para o Legislativo, mas para o Executivo padece de ausência de personalidade.

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