7:46A praça

A Praça Nossa Senhora de Salete, no Centro Cívico, é do povo. Ocupada agora pelo movimento dos professores grevistas, que já invadiram a Assembleia Legislativa e conseguiram a retirada do pacotaço do governo do Paraná. Este, alegando penúria nas finanças, entrou de sola na seara dos servidores, com propostas de cortes, extinção de direitos, adiamento de pagamentos, etc. (nunca esquecer que o primeiro pacote, que mexe no bolso dos paranaenses com aumento de impostos foi aprovado em dezembro). A praça já foi palco da maior ocupação da história paranaense. No dia 8 de junho de 1999, durante o governo de Jaime Lerner, integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST) tomaram conta do local, levantaram barracas cobertas com plástico preto – e ali ficaram 172 dias até serem retirados numa operação militar deflagrada na madrugada. Os sem terra queriam terra, ou seja, agilizar a reforma agrária, o que não aconteceu como pediam. Agora os professores querem enterrar o pacote, já que o tratoraço (processo de votação urgente, sem discussão entre os deputados e a sociedade, principalmente os que são afetados pelas medidas – isso a mando do governo) conseguiram implodir. Como há impasse e a greve continua, os alunos ainda não iniciaram o ano letivo. A pergunta que se faz é em quem os pais vão colocar a culpa se a a paralisação for longa. Se for no governo, que deflagrou a lambança, podem se juntar no acampamento da praça – que é do povo, não dos que ocupam os prédios oficiais em seu entorno. Resta saber se o recorde do MST será quebrado. Se acontecer, todos perderão.

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