por Zé da Silva

Libra

olhou o rosto do irmão e no meio da barba cerrada notou a cicatriz perguntou e ele contou como aconteceu aquilo e mais outras marcas espalhadas pelo corpo principalmente a do braço queimado com água fervendo e então os dois lembraram o dia em que no jardim de infância ele sentou no formigueiro e inchou tanto feito uma bola de borracha mas o que mais impressionou foi a narrativa daquele dia em que correndo atrás da pipa cortada no ar ele entrou no terreno baldio e enfiou o pé num caco de vidro e abriu um buraco e a mãe jogou um monte de café ali e não foram para o pronto socorro e o café estancou curou e fechou e então ele ficou imaginando que a quantidade de café que seu mano toma diariamente tem a ver com aquilo e pensou uma besteira mas pensou que ele poderia ter virado vampiro para beber sangue em vez de café mas que graças a deus só ficou o tesão pelos filmes de terror e a idolatria pelo zé do caixão.