8:22Onde nenhum seriado jamais esteve

por Yuri Vasconcelos Silva

Há trinta e cinco anos estreou o primeiro filme da série Jornada nas Estrelas. Parece não ser um fato muito marcante, especialmente em um tempo com seriados em todos os canais sobre serial killers e traficantes do bem, zumbis e guerras por tronos. Mas são poucos os que tiveram a audácia de ir além de qualquer outro. Em plena guerra fria, o criador Gene Ronddenberry ousou ao colocar na Enterprise russos e americanos cooperando na ponte da nave. O mundo era um só, sem distinções de raças ou países. Uma Federação de Planetas Unidos derrubava a idéia de que outras civilizações queriam nos comer. Vulcanos, Andorianos, Terráqueos, todos trabalhavam juntos. Apaixonavam-se entre si. Não mais existia o preconceito. O beijo de Uhura e o Capitão Kirk, o primeiro entre um branco e uma negra a ser exibido numa TV americana, aconteceu em 1968, ano do assassinato de Martin Luther King. A Enterprise avançava em espaço profundo, testando aos limites o conceito de humanidade e mostrando os eternos dilemas da raça humana. Previu equipamentos como o tablet e o celular. Emprestou ao primeiro ônibus espacial da Nasa o nome da nave capitânea de Jornada, Enterprise. E o teletransporte continua sendo a tecnologia mais aguardada por aqui, a substituir enfim a medieval tecnologia do aeroporto e avião. Saudades de um passado em que o futuro era mais interessante – e os seriados mais otimistas.

*Yuri Vasconcelos Silva é arquiteto

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3 ideias sobre “Onde nenhum seriado jamais esteve

  1. ALEXANDRE LIMA

    Aham com certeza, so precisamos do teletransporte ai estamos bem, se com o celular ja é um inferno imaginem o teletransporte.

    Muito bem escrito o texto Yuri, Parabens !!!!!

  2. Célio Heitor Guimarães

    “Dobra 2, senhor Sulu”. Grande lembrança, Yuri. Somos todos discípulos do grande Capitão Kirk.

  3. Sergio Silvestre

    Gene Roddenberry deve estar vagando pelas coloridas nuvens gala ticas ,ou seus átomos ajudando a formar um novo planeta.um dia com certe-a estaremos também divididos em bilhões de átomos e seguirmos nosso destino rumo ao infinito.
    O que não saberemos e se vamos regredir a um nano mundo infinito para menos ou para o vasto e imenso universo,mas uma coisa o homem deve se orgulhar,eu estive aqui e vivi no planeta mais belo do Universo.

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