6:44Sem influência!

Da Gazeta do Povo, em reportagem de Diego Ribeiro e André Gonçalves

CNJ arquiva investigação contra Clayton Camargo por tráfico de influência

O CNJ suspeitou, na época, que suposta conduta de Clayton teria influenciado na eleição do filho dele, o então deputado Fabio Camargo, para o Tribunal de Contas do Paraná

A corregedora nacional de Justiça, ministra Nancy Andrighi, determinou o arquivamento sumário do pedido de providências por suspeita de tráfico de influência contra o desembargador e ex-presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, Clayton Camargo. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu o pedido de providências em outubro do ano passado, logo após o ex-deputado estadual e filho do desembargador, Fábio Camargo, ser eleito conselheiro no Tribunal de Contas do Paraná (TC-PR). O CNJ suspeitou, na época, que suposta conduta de Clayton teria influenciado no resultado do pleito.

No dia 20 de outubro deste ano, mais de um ano depois, a ministra arquivou o caso por falta de provas. “Diante da ausência de elementos aptos a viabilizar a compreensão das alegações deduzidas pelo requerente, não é possível a apreciação deste pedido de providências”, despachou a ministra.

Outro processo

Uma questão de ordem – intervenção de alguma parte do caso para fazer alguma observação sobre o processo – de outro caso envolvendo Clayton Camargo está na pauta de julgamento do CNJ na próxima terça-feira (18). Como o caso corre sob sigilo, o CNJ não explicou do que se trata.

Apesar do arquivamento da suspeita de tráfico de influência, o desembargador deve ter julgado contra si um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) em razão de suposta variação patrimonial incompatível com os rendimentos dele, que incluiria transações suspeitas de dois imóveis e de um veículo. O caso deve entrar na pauta dos julgamentos do Conselho nas próximas semanas.

O ministro Francisco Falcão, que conduziu uma investigação preliminar na época, concluiu haver “fortes indícios” de irregularidades na conduta de Camargo. Ele e a subprocuradora da República Lindôra Maria Araújo defenderam a abertura do PAD e o afastamento do desembargador em outubro do ano passado.

Os indícios que embasaram o PAD estão em inquérito do Ministério Público Federal (MPF), em análise da Receita Federal das declarações de Imposto de Renda do magistrado entre 2006 e 2009, e em relatório de Inteligência Financeira do Conselho de Controle de Atividades Financeiras

 

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