10:47Com os aliados que tem, Dilma não precisa de adversários

por Ricardo Noblat

Leiam só o que disse, ontem, no Recife, o ministro-chefe da Secretaria da Presidência da República, Gilberto Carvalho.

– Atravessamos um momento delicadíssimo da nossa campanha.

Candidato que acredita na vitória – ou mesmo aquele que não acredita – jamais admite que sua campanha atravessa um momento delicadíssimo. Isso significa que a derrota está logo ali na esquina.

Gilberto não é candidato a nada. Mas desfruta da autoridade de ministro de Estado e de secretário da presidente da República. Não é pouca coisa.

Ele não parou por aí. Afirmou:

– Plantou-se um ódio enorme em relação a nós. Eu não sei o que foi aquilo. Em São Paulo, estava muito difícil andar com o broche ou a bandeira da Dilma. Em Brasília, a cidade estava amarela, sem vermelho. O ódio tem sido construído com a gente sendo chamado de ladrão. Com frequência, a gente vem sendo chamado de um grupo de petralhas que assaltaram o governo.

Se a intenção de Gilberto foi atrair a solidariedade dos representantes de movimentos sociais que o escutavam, é possível que o efeito produzido sobre eles tenha sido outro.

Por que em São Paulo a aversão ao PT chegou ao ponto de tornar arriscada a vida de quem se exibe com o broche do partido ou a bandeira de Dilma?

Por que em Brasília, cidade de funcionários públicos, onde por duas vezes o PT governou, o vermelho simplesmente desapareceu das ruas?

Dá para pensar.

Gilberto se faz de coitadinho com o que chama de ódio contra o PT. O correto seria chamar de cansaço. Ou de decepção. Profunda.

De resto, Dilma faz um governo medíocre. A inflação voltou. E o país parou de crescer.

Quanto aos petistas serem chamados de assaltantes…

A maioria dos petistas não merece ser tratada assim. A maioria dos filiados de qualquer partido não merece ser tratada assim.

Os que roubaram e deixaram roubar, esses devem ser presos e condenados.

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2 ideias sobre “Com os aliados que tem, Dilma não precisa de adversários

  1. Oto Lindenbrock Neto

    O PT cresceu apontando o dedo da moralidade para os desmandos da política. Uma vez instalado no poder, preferiu o caminho fácil do conchavo com aquele que denunciava. E se lambusou gostosamente com as prebendas. Aconchavou-se com lobistas. Pressionou, manipulou e se locupletou. Para o público interno criou lendas de mártires que se imolavam no patíbulo armado pelos poderosos e pela “imprensa golpista”. Enredo duvidoso, atores mambembes. Não se sustentou e cai pelas tabelas. Seria ingênuo e desonesto colocar todos os petitstas e simpatizantes no mesmo balaio. Existe gente boa e bem intencionada. Como em todos os partidos. Seria tolo achar que a vitória do PSDB resgatará a política honesta (outra lenda). Os escandalos tucanos não desapareceram. Apenas adormeceram, ofuscados pelas denúncias da Petrobrás. Mas continuam latentes. É questão de tempo virem a tona novamente. É importante a alternância no poder. Mas só amadureceremos como cidadãos se pararmos de agir como torcedores de times de futebol. Futebol tem muito de imponderável, de sorte. Política não. É uma ciência . Da persuasão, do convencimento, e porque não, da enganação. Agremiações políticas devem estar sempre sob suspeição. Ao contrário do que pregam os manuais de Direito, na vida real todos os políticos são culpados, até prova em contrário. Enquanto não olharmos criticamente para todos os políticos, independente da coloração ideológica, seremos presas fáceis. E lamentaremos sempre o voto dado nas últimas eleições.

  2. lkeandro

    Coitadinhos , eles não fazem nada disso, somente insuflam a população dizendo que o sul ou o Aécio odeiam o nordestino, essa turma do PT alguns terroristas aposentados servem só para isso. Mas seja lá o resultado da eleição els já viram a coisa preta e est5ão mesmo se cagando pois se perderem vão ter que explicar muita coisa

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