7:39A campanha no país dos lunáticos

Olhar os defeitos dos outros, ou inventar, é mais fácil e pode dar resultados, como provou esta campanha eleitoral que termina como como uma das mais sórdidas da história política do país e que revela também o que os candidatos pensam do eleitorado, tratados como um bando de ignorantes que comungam desta maneira de viver, a que mistura a expiação com a fofocagem que denigre. A imprensa que hoje vive em grande parte desta indústria do culto à celebridade, onde o que faz furor é o flagra de quem está ficando com quem, quem está traindo quem e a revelação do que vai acontecer nos próximos capítulos, como se isso fosse vida real, esta imprensa fomenta o fofoquê político e, sempre do alto da ideia de que também é poder, agora entra na disputa com veículos que fazem campanha panfletárias em forma de reportagens a favor deste ou daquele lado – esquecendo que o país tem um mínimo de leitores eleitores, mas com a certeza de quem os lê também não tem tutano suficiente para ter discernimento crítico, ou seja, entram na esparrela do maria vai com as outras. O aprendizado democrático depois dos anos de chumbo da ditadura militar tem sido penoso neste país onde a Justiça, que naquela época se calou como se nada tivesse acontecendo porque não queria perder o status de poder e as benesses que hoje a faz defender esse absurdo que é o auxilio moradia para os magistrados que vivem no andar bem acima da maioria a quem deveriam defender. A estabilização da economia e um tico de ajuda aos miseráveis, mas esta com a clara intenção de ter o benefício do apoio para manutenção de um grupo no poder (e a letra da música famosa mudou para “uma esmola para o homem que é são, não lhe mata de vergonha e vicia o cidadão), ideia essa que quem se opõe ao poder não tem coragem de mudar porque também compactua desta prática coronelística, essas duas coisas são o que sobram em quase trinta anos. Aumentou, sim, a desigualdade social no Brasil. Os ricos estão muito mais ricos e os caraminguás dados aos pobres são comparados aos espelhinhos dados pelos portugueses para iludir os índios quando aqui chegaram. A campanha onde, de um lado, mostram os mesmos dizendo o que vão fazer pelo país e do outro os que estão no poder apresentando uma imagem mentirosa do que se faz com a Educação e Saúde, por exemplo, isso em meio a um enxovalhamento mútuo, isto é o que, infelizmente, tempos. Grupos de poder brigam, sem qualquer traço de ideologia, para ter a chave do cofre. Este, abastecido pelo suor de quem trabalha e paga imposto, desde que compra um picolé na esquina, é uma mina sempre aberta e saqueada apenas com o gasto de saliva. Os do andar de cima se aproveitam disso também e do fato de serem os verdadeiros donos deste país que está destrambelhado e já foi resumido na imagem pintada pelo saudoso Paulo Francis: “O Brasil é um asilo de lunáticos onde os pacientes assumiram o controle”

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Uma ideia sobre “A campanha no país dos lunáticos

  1. Professor Xavier

    Mas só temos o que merecemos, ninguém se elege sem voto. Os três principais candidatos tem um só objetivo, o poder, poder absoluto, muito próximo de uma ditadura, porque os que estão do lado dono do poder tem tudo, como acontecia nos tempos da Gloriosa de 31 de março. O atual estado de coisas, roubalheira, corrupção e impunidade vem de lá. E sem interrupção. Vamos ter mais do mesmo, mesmo que aconteça o milagre de mudar a dona ou o dono do trono.

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