9:10“Mesmo que fosse obrigado, não votaria em ninguém”

De Carlos Heitor Cony sobre a disputa presidencial:

…. No imenso flá-flu eleitoral, Dilma, a ex-guerrilheira que lutou contra o regime militar, transformou-se ela própria numa espécie de direita na medida em que governou e ameaça governar em defesa de um statu quo que ela mesmo e o PT criaram nos últimos oito anos.

Sua adversária promete austeridade, defesa ambiental e moral. Até certo ponto, é um enigma que dificilmente será decifrado. Desconhece-se sua aptidão executiva. Tudo o que fez e faz é a repetição dos bons modos prometidos até pelos candidatos mais obscuros a vereador de municípios igualmente obscuros.

Entre as duas, meu coração e meu voto não balançam.

A solução seria votar em Aécio Neves, mas estou dispensado desse dever cívico. Mesmo que fosse obrigado, não votaria em ninguém. Já disse e repeti que não creio na democracia representativa.

Em 90% dos casos de corrupção, os representantes tomam compromissos que envolvem desde dinheiro para o “caixa dos partidos” até tempo de televisão. Já declarei, na tribuna da Academia Brasileira de Letras, que sou um anarquista triste, humilde e inofensivo.

Compartilhe

Uma ideia sobre ““Mesmo que fosse obrigado, não votaria em ninguém”

  1. Paulão

    Com todo respeito, mas o Cony deve estar gagá. Dizer que é contra a democracia representativa, que é, ainda, dos males o menor, é o mesmo que se posicionar a favor de ditaduras, de direita ou de esquerda. Falar que votaria em Aécio, entre as três opções, deve estar ligado ao machismo imemorial arraigado no inconsciente coletivo brasileiro.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.