Tremenda lição de vida, Tremendão! A dor mais profunda guardada, porque não se pode ficar sentado à beira do caminho chorando tragédias. Elas nos ensinam o quanto é fugaz a vida e o quanto é importante andar e, se possível, transmitir até este tipo de experiência que não desejamos a ninguém. E você, Erasmo Carlos, o maior roqueiro deste país, não parou um instante, apesar de chorar o desaparecimento repentino do filho também músico – e fez música, porque sua música, suas letras, seu comportamento na direção sempre clara e que compreendemos, estas nos dão alegria, tristeza, enfim, nos fazem enxergar um pouco de sua alma e das nossas. Os que passaram dos cinquenta tiveram o privilégio de ver seu nascimento na Jovem Guarda e os mais sensíveis, com o devido respeito aos outros, sempre tiveram a certeza de que na parceria com o Roberto, um coração sempre predominou tanto na transgressão, como na alegria juvenil e nos hinos ao amor. Você ficou na sua, porque você é o Tremendão e não precisa fazer cena. Você segurou as partidas de Narinha e recentemente do Alexandre Pessoal. Poeta que é, Erasmo, você espalhou esta declaração que é: “A grandeza do amor é sempre se tornar inteiro mesmo perdendo uma grande parte… adeus meu Gugu querido, jamais esquecerei você”. E continuou indo aos palcos, como ontem, na Pedreira Paulo Leminski, outro que partiu antes, mas deixou a obra. Sua obra, está não só nas músicas, nas letras, mas no seu jeito de ser. Tremendão.