Do Goela de Ouro

O processo de desintegração do sistema de transporte coletivo da Região Metropolitana começa a se transformar em realidade. O governo do Estado está sendo responsabilizado pela omissão na questão da tarifa.  A primeira linha desintegrada é a que une os municípios de Araucária e Contenda. Em ofício, a companhia municipal de transporte coletivo de Araucária (CMTC) notificou o prefeito de Contenda, Carlos Eugênio Stabach, de que Araucária não tem mais condições de arcar sozinha com as despesas da linha Araucária-Contenda, e que em razão disso a continuidade da linha depende de gestão do prefeito “junto à Comec, órgão do Estado do Paraná incumbido legalmente para tanto.”

“Sabemos da dificuldade efrentada pelo município de Contenda, mas o município de Araucária não tem mais condições de manter tal sistema operando com tamanho déficit nesta companhia”, diz o documento, acompanhado de uma notificação extrajudicial.

A integração metropolitana, hoje, depende da ação dos prefeitos dos 13 municípios vizinhos junto ao governo do Estado e ao Tribunal de Contas, que já se manifestou contra a integração.

O relatório de auditoria do Tribunal de Contas (página 199) sobre a tarifa, publicado no ano passado, culpa a integração pelo custo da passagem. O relatório diz textualmente: “Apesar do aumento do número de passageiros totais (na rede integrada), houve redução do número de passageiros pagantes. Tal fato até poderia ser explicado pelo aumento das integrações, que neste caso se mostrariam danosas à saúde financeira do sistema. Além disso, o aumento do número de integrações pode indicar que o usuário tem que pegar um número  maior de linhas para chegar a seu destino, distorção essa prejudicial ao usuário e ao próprio sistema como um todo.”