12:20Shriley Temple, adeus

Do G1

 

Morre aos 85 anos Shirley Temple, antiga estrela mirim de Hollywood

Atriz estava em casa e morreu nesta segunda-feira de causas naturais. Ela estrelou filmes como ‘A princesinha’, ‘A pequena órfã’ e ‘Heidi’.

 

 

Morreu na segunda-feira (10), aos 85 anos, a atriz Shirley Temple, uma das maiores estrelas mirins da história de Hollywood. Segundo comunicado divulgado pela família nesta terça-feira (11), ela estava em casa, em Woodside, na Califórnia, e morreu de causas naturais.  “Ela estava rodeada pela família”, informa o texto. “Nós a celebramos por uma vida de realizações notáveis como atriz, diplomata e como nossa amada mãe, avó e bisavó, e adorada esposa, por 55 anos, do falecido e saudoso Charles Alden Black.”

Shirley Temple começou a carreira aos 3 anos de idade e ganhou fama em filmes como “Olhos encantadores” (1934), “Alegria de viver” (1934), “A pequena órfã” (1935), “Heidi” (1937) e “A princesinha” (1939). A imagem da garotinha em produções leves e bem-humoradas dos anos 1930 serviu de alívio ao público americano durante o período da Grande Depressão. Suas músicas, dança e inocência funcionaram como contraponto a um momento de falta de empregos e de dinheiro.

A atriz era conhecida como America’s Sweetheart (“a queridinha da América”, em tradução livre). O presidente dos Estados Unidos entre 1933 e 1945, Franklin D. Roosevelt, elogiou na época o “otimismo contagiante” da pequena atriz e chegou a declarar que “desde que nosso país tenha Shirley Temple, nós vamos ficar bem”.

Shirley Temple foi ganhadora do primeiro “baby Oscar” – uma estatueta com metade do tamanho de um Oscar normal –, entregue em 1935. A distinção era um prêmio especial dado a atores-mirins por seus papéis. As crianças não competiam com adultos nas várias categorias da premiação.

O site oficial de Shirley Temple lista que ela estrelou 14 curtas-metragens e 43 longas-metragens, a maioria deles antes de completar 12 anos de idade. Sua carreira foi de 1931 a 1961, mas seu último grande filme foi “A kiss for Corliss” (1949).

Entre 1935 e 1938, a atriz foi campeã de bilheteria nos Estados Unidos, batendo produções com grandes estrelas hollywoodianas, como Clark Gable (1901-1960), Bing Crosby (1903-1977), Robert Taylor (1911-1969), Gary Cooper (1901-1961) e Joan Crawford (1906-1977).

Apesar de ter feito filmes como adolescente e jovem adulta, como “Solteirão cobiçado” (1947), com Myrna Loy e Cary Grant, e “Sangue de heróis” (1948), com John Wayne, Henry Fonda e John Agar, seu primeiro marido, Shirley Templo perdeu o brilho dos primeiros anos.

Depois de deixar o cinema, Shirley Temple foi delegada dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), em 1969 e 1970, e embaixadora. Serviu em Gana (1974-1976) e na antiga Tchecoslováquia (1989).

Em 1972, Shirley Temple foi diagnosticada com câncer de mama. Foi uma das primeiras celebridades a falar abertamente sobre a doença. Numa seção de perguntas e respostas em seu site oficial, ela comentou a superação do problema.

“A alternativa é pior, se você não faz nada a respeito. Eu acreditei em meu médico e em Deus”, afirmou. Também deu conelhos a outras mulheres: “Não fique em casa e não tenha medo. Vá ao médico e faça um exame”.

Cachê de US$ 10
Shirley Temple nasceu em 23 de abril de 1928, em Santa Monica, Califórnia, nos Estados Unidos. Era filha do executivo e banqueiro George Francis Temple e de Gertrude Amelia Krieger, que era apaixonada por dança e incentivou a filha desde o princípio. A pequena Shirley começou a ter aulas num estúdio de dança aos 3 anos, em Los Angeles.

Lá, em 1931, foi descoberta por dois produtores da Educational Films Corporation, que fazia uma série de curtas-metragens chamada “Baby burlesks” – eram paródias de filmes com adultos, mas estreladas exclusivamente por crianças. Em sua estreia, Shirley recebeu um cachê de US$ 10.

De acordo com a BBC, Shirley posteriormente descreveu esses trabalhos iniciais como “uma exploração cínica de nossa inocência infantil que ocasionalmente era racista ou sexista”.

Com a falência da Edutional, em 1933, a atriz assinou seu primeiro contrato com um grande estúdio, a Fox. A estreia foi “Alegria de viver” (1934), e pequena estrela se destacou não só pela atuação, mas também por seus números de dança.

Quando ela tinha 6 anos de idade, recebia US$ 1,25 mil por semana, informa o obituário da BBC. Em valores corrigidos, o salário equivalia a US$ 21 mil por semana. Os rendimentos se duplicaram com merchandising e produtos licenciados, como bonecas Shirley Temple e um alinha de roupas e acessórios para meninas.

Agente do FBI e vendedora de tortas

O site oficial de Shirley informa ainda que a atriz se casou, aos 17 anos, com um soldado chamado Jack Agar. Ficaram juntos por quatro anos, até 1949, e tiveram uma filha, chamada Linda Susan. Em 1950, ela se casou com Charles Black, antigo oficial da marinha. Tiveram dois filhos, Charlie Jr. e Lori.

Questionada sobre o seu maior motivo de orgulho, Shirley costumava dizer: “Meus três filhos, minha neta e meus dois bisnetos”. No questionário de seu site, há uma pergunta sobre qual carreira gostaria de ter seguido se não fosse atriz mirim. “Eu queria estar no FBI. Também queria ser vendedora de tortas”, comentou.

Depois, lembrou-se de um episódio em que chegou a exercer a atividade. “Essa vontade era tão forte, que o estúdio providenciou um pequeno carrinho e o encheu de tortas. Eu circulava pelo set e as vendia para a equipe. Eu tinha cerca de oito anos de idade. Sempre vendia todas, e não tinha de pagar por elas. Era um grande negócio!”

Homenagens
Em 1960, Shirley ganhou uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood. Em 1992, foi homenageada pelo National Board of Review. E, em 1998, pelo prestigioso Kennedy Center Honors. Foi ainda considerada uma das grandes estrelas do cinema em todos os tempos pela revista “Premiere” e pela “Entertainment Weekly”.

Já em 2006, ganhou um prêmio especial pelo conjunto da obra do Sindicato de Atores dos Estados Unidos (SAG). Também aparece na lista de “50 grandes lendas do cinema” feita pelo American Film Institute.

De acordo com o portal IMDb, o currículo de Shirley Temple chegou perto de incluir um outro clássico do cinema, “O mágico de Oz” (1939). A participação não aconteceu a Fox se recusou a “emprestá-la” à MGM. Assim, quem acabou ficando com o papel de Dorothy foi Judy Garland (1922-1969).

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