Não funciona assim. Ontem, o site de notícias UOL publicou reportagem sobre uma muvuca protagonizada pelo governador Beto Richa em um bar do Alto da XV. Segundo o texto, ele chegou ali em sua moto Harley Davidson com amigos, teria bebido cerveja e sido hostilizado por uma mulher que estava no estabelecimento – além de ter saído sem pagar a conta. A notícia era uma reprodução do site CGN, parceiro do UOL, cujo título da matéria era “Passeio de Beto Richa de Harley termina mal”. O CGN tinha copiado o texto do blog “Na Tela do 190” que, por sua vez, copiou o texto original do blog do “Notícias Paraná”, assinado pelo jornalista e professor Valdir Cruz e publicado no dia 05 de fevereiro cujo título é “O mar não está para Tartaruga”. O Palácio Iguaçu disparou telefonemas e mensagens para o UOL contestando o que foi reproduzido. A primeira resposta foi a de que o site CGN é parceiro e não podiam fazer nada. Fizeram. O CGN publicou outra reportagem, agora ouvindo o dono do bar Tartaruga, Roberto Carlos Bortolanza, que desmente a história de que o governador tomou cerveja e tenha sido achincalhado em público. Ele confirma que Richa esteve lá no dia 27 de janeiro, uma segunda-feira, que chegou de moto e com amigos, e que tomou Coca-Cola e pagou a conta dele e dos amigos com uma nota de R$ 20, deixando o troco como caixinha para os garçons. Segundo Bortolanza, Richa foi ao banheiro e na volta uma mulher conversou com ele e teria perguntado sobre os andamentos dos trabalhos do governo. Sem muvuca nenhuma. O dono do Tartaruga disse ao CGN que a versão divulgada da hostilização pode ter conotação política: “Pode ter alguma relação política, pois o fato jamais ocorreu. Por ser governador, acredito que jamais ele sairia sem pagar a conta”, afirmou. Confiram abaixo a versão inicial do que teria ocorrido. Pode ser tudo. Pode ser nada.
Reprodução
Uma cliente do bar, ao perceber o governador bebendo e em trajes de motoqueiro se indignou. Foi até a mesa onde ele estava e, num linguajar popular, “soltou os cachorros em cima dele”. “Foi uma barra”, conta um cliente que viu a cena. A mulher chamou o governador de moleque e irresponsável, que fez promessas vazias e que não gosta de trabalhar.
Aos gritos, e sob o olhar estupefato dos demais clientes, a mulher mostrou a quanto anda a popularidade de Beto Richa. Sobrou até para o pai do governador. “O seu José Richa, um homem simples e trabalhador, deve estar no céu lamentando a administração que o filho está fazendo”, berrou. Desconcertado, Beto Richa não reagiu aos xingamentos e, sua única atitude foi levantar-se, constrangido, pegar a moto e sair queimando pneu.
Sobre a mesa, ficaram as bebidas que eles mal começaram a consumir.
Na pressa, esqueceram de pagar a conta.
Com o governador longe, muitos aplaudiram a mulher.
Sempre prevalece a versão sobre o fato. O Paraná e o Brasil afora são pródigos em criar factoides. Aqui o mais célebre foi o FERREIRINHA, um ator de quinta categoria que derrubou um candidato praticamente eleito. A credibilidade e a honradez das pessoas não pode ser destruída a conta de uma crônica.
Que o Gov. está em baixa, disto não duvidamos, mas daí narra uma historieta fantástica são outros quinhentos. Daqui a pouco a tal velhinha será a avó Gertrudes (aquela do trânsito!).
Mas também, os caras acreditam em cada fantasia. Se eu fosse o dono do bar, proibia este maluco de entrar lá novamente. Não estou defendendo o governador, mas é uma palhaçada isto que fizeram. E uns manés, PeTralhas se deliciando compartilhando a coisa. Por muito, mas muito menos, a Gleisi tá aí processando blogueiros e jornalistas.
Concordo. O governo é ruim, mas criar um fantasia destas…
Como diz o Zè, ” isto é política”.
Bela lição de jornalismo do professor Valdir Cruz. Tomara que pelo menos ele use aquele velho bordão para orientar seus alunos: faça o que eu digo, não faça o que eu faço.
Dia 27, segundona? Qual horário: o de sempre, sempre fora do palácio???