12:27O murro e o oba-oba

Do ombdusman

 

Cumprindo sua fidelidade a Brasília – e não ao Paraná, a Gazetona é, na edição de hoje, a perfeita sucursal da Agência de Propaganda do Governo Dilma. Uma presidente ou um maioral de plantão é notícia, mas o bom jornalismo ensina que, em solenidade de cenas explícitas de campanha eleitoral, o bom mesmo está nos bastidores. O que existe por detrás do sorriso, o beiço e a cara feia quando fulano ou sicrana discursa, recados dados no meio do palavrório do palanque, o que foi negociado para que os jamegões presidenciais e governamentais serem colocados no papel, por exemplo. A Folha de São Paulo e o Estado de São Paulo fizeram isso. Salvo engano, são jornais de outro Estado. Colocaram o murro na mesa de Beto Richa na noite anterior para estar no palanque dos petistas e o recado no discurso. O daqui taquigraficamente relatou a oba-oba. Deve ter lá seus motivos.

————————-

O Estado de S.Paulo

BASTIDORES: Pedro Venceslau – O Estado de S.Paulo

Petistas e tucanos montaram nessa terça-feira, 29, em Curitiba um palanque ecumênico para o anúncio bilionário de investimentos em obras do PAC em mobilidade urbana. Mas antes de viabilizar o evento que colocou lado a lado no mesmo palanque o governador paranaense Beto Richa (PSDB), candidato à reeleição, e sua provável adversária em 2014, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT), os auxiliares da presidente Dilma Rousseff enfrentaram uma maratona tensa de negociações. Aproveitando o fato de o governo federal investir R$ 1,8 bilhão e emprestar outros R$ 700 milhões para o Estado investir em obras do metrô d a capital paranaense, Beto Richa decidiu exigir também que a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) autorizasse a liberação de outros empréstimos contraídos em 2011 com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, Banco Mundial, Banco do Brasil e BNDES – que somam R$ 3,4 bilhões. O STN alegava pendências com convênios da União e excesso de gasto com pessoal para não conceder o aval, mas para Richa os empréstimos estavam sendo travados para evitar que ele ampliasse sua capacidade de investimento em 2014, quando vai disputar a reeleição contra o PT. Após muitas negociações, só às 21h de anteontem o governador confirmou sua participação no evento, que já havia sido anunciado pelo Palácio do Planalto.

———————————————

Folha de S.Paulo

Rival do PT, Richa diz que é alvo de ataques ‘sórdidos’

No evento com a presidente Dilma Rousseff, o governador Beto Richa (PSDB), do Paraná, criticou ontem políticos que deixam que “divergências partidárias se sobreponham ao interesse público” e que promovem “ataques sórdidos e rasteiros”.

Ao lado de Dilma –que anunciava verbas para obras em Curitiba– estava a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), potencial adversária de Richa na disputa pelo governo do Paraná.

O governador fez a declaração após anunciar a liberação de empréstimos ao Paraná que estavam parados no Tesouro Nacional havia quase dois anos. O Tesouro alegava pendências, mas Richa atribuía a demora a fatores políticos.

O presidente do PT do Paraná, Ênio Verri, disse que os empréstimos só foram liberados agora porque o Paraná “fez o dever de casa, cortou gastos, equilibrou o caixa”. A liberação saiu na segunda-feira com a renegociação do empréstimo ao metrô de Curitiba, cidade agora governada por Gustavo Fruet (PDT) aliado de Dilma. O aporte de R$ 3,2 bilhões da União à obra dependia de empréstimo de R$ 700 milhões do BNDES ao Estado.

 

 

Compartilhe

2 ideias sobre “O murro e o oba-oba

  1. Dorneles

    Como é que o governo federal perde dinheiro bancando essa nhaca de jornaleco que só circula no Batel e Centro Cívico?

  2. Jalin Habbei

    O título poderia ser algo como “cumprindo sua função de sucursal dos interesses tucanos, o Estadão e a Folha”…

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.