Do analista dos Planaltos

A ministra Gleisi Hoffmann pode acabar envolvida em um escândalo que tem tudo para ser batizado de “Aloprados 2.0”. Trata-se da ruidosa denúncia do Cade de formação de cartel, envolvendo contratos do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que jogou lama em vários governos tucanos, desde os tempos de Mario Covas, passando por José Serra até chegar em Geraldo Alckmin.

Embora sempre houvesse a suspeita de que a denúncia estivesse sendo politizada, nenhuma evidência disso havia vindo à tona até a última quarta-feira, 25. Foi quando o jornal O Estado de S. Paulo levantou que o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Vinícius Marques de Carvalho, omitiu em pelo menos quatro currículos oficiais ter trabalhado, como chefe de gabinete,  para o deputado estadual Simão Pedro (PT), responsável por representações que apontavam suspeitas de formação de cartel em São Paulo.

A reportagem do Estadão informa que Gleisi Hoffmann participou desta estranha omissão sobre as relações do presidente do Cade com o PT e com o deputado petista que denuncia os tucanos paulistas. “Em 2012, a ministra Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, também encaminhou o currículo de Carvalho ao Senado. Ela apresentava seu nome para a presidência do Cade por quatro anos. A relação de “atividades profissionais” não mencionou, igualmente, sua passagem pela Assembleia Legislativa”, revela o Estadão.
A ligação de Vinícius de Carvalho com o PT não teria como ser ignorada por Gleisi, até porque ele é sobrinho do paranaense Gilberto Carvalho, ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, outro velho conhecido da ministra.