por Célio Heitor Guimarães
Elas têm olhos grandes, penetrantes. Mesmo bebês, quando nos olham, parecem perscrutar nossas almas. Normalmente, são dóceis, afáveis, embora avessas a ordens. Não têm medo. Amam a natureza e particularmente os animais. São magras e delgadas. Aparentam ser frágeis, mas só aparentam, porque têm enorme resistência física. Têm também sensibilidade à flor da pele. Não toleram incoerência, falsidade e injustiças. Nem sempre são boas alunas, porque não têm paciência com os métodos atuais de ensino.
Uma historinha ilustra bem isso: um menininho de três anos está na escola e, com seus coleguinhas, ouvindo a professora. Lá pelas tantas, a mestra afirma que “devemos ser magnânimos”. O menino levanta a mão e indaga: “Professora, o que é magnânimo?” Ela explica como pode. E ele, então: “Por que a senhora não explicou antes, desse jeito? Somos crianças, professora!”
Sabem o que a docente fez? Expulsou o aluno de apenas três anos da sala de aula e convocou a mãe dele para uma conversa na escola. Ali, o filho foi descrito como rebelde e indisciplinado, e exigido uma tomada de “providência”.
Mal desconfiava a pobre professora que tinha diante de si uma Criança Cristal, integrante de um grupo evolutivo do ser humano, que está chegando para dar andamento a uma nova era. E os adultos precisam ficar atentos a isso.
Outro menininho de quatro anos assistia na TV à morte de inúmeras crianças nas costumeiras tragédias do Afeganistão e do Iraque e passou a chorar com grande mágoa. A mãe tentou consolá-lo:
-– Crianças também morrem, filho.
-– Mas essas estão morrendo antes da hora – respondeu ele.
Se o leitor está imaginando que eu pirei de vez ou que a idade me tenha chegado de mãos dadas com a senectude, permita-me passar a palavra à psicóloga porto-alegrense Ingrid Cañete, com mais de vinte anos de experiência nas áreas clínica e organizacional, e que se tornou uma aplicada estudiosa da nova espiritualidade e sensibilidade das pessoas.
Ingrid já se dedicara ao estudo das chamadas Crianças Índigo; agora se devota às recém chegadas Crianças Cristal. E está convencida de que “é chegada a hora de despertarmos, de nos desvencilharmos de informações, crenças e bagagens que já não fazem mais sentido”. E que os meninos e meninas Cristal representam simplesmente um degrau a mais em nossa escala evolutiva.
Ela tem razões para pensar assim. Por dever de ofício, convive com os petizes, analisa-os, procura compreendê-los. Colhe depoimentos de pais, mães, professores e das próprias crianças. E surpreende-se a cada novo momento.
Ensina Ingrid que, “se os Índigos são os “rompedores de paradigmas” e aqui chegaram para “denunciar as falsas estruturas e a ausência de sistemas de valores saudáveis e éticos” (voltaremos ao assunto), os Cristais “possuem uma personalidade mais calma, serena e pacífica”. Seriam seres quase angelicais. Ainda assim, são determinados e chegaram apenas para ocupar o seu lugar.
Em regra, preferem manter-se em silêncio. Demoram a falar, dedicam-se à observação. E aí pode morar o perigo. Os pais, perplexos, mal informados e impacientes, em busca de proteção, correm aos médicos. Estes, acostumados a rotular e a medicar, diagnosticam logo autismo, sem saber que os Cristais – altamente ligados, comunicativos, carinhosos e afetivos – são exatamente o oposto dos autistas.
Outros veem no procedimento “estranho” o chamado “Transtorno do Déficit de Atenção” (TDA), às vezes acrescido de hiperatividade (TDAH). Ignoram que tais seres possuem uma capacidade ou “técnica de assimilação superluminar”. Aprendem rápido e se desinteressam pelas aulas.
O “tratamento” das Crianças Cristal arrepiam a psicóloga Ingrid Cañete. Ela sabe que maus diagnósticos estão levando ao uso de drogas pesadas em menores de seis anos de idade. A Ritalina é uma delas; o Concerta, outra – anfetaminas cuja substância ativa é o metilfenidato. São drogas sintéticas criadas pelos alemães e usadas durante a II Guerra Mundial para oferecer confiança e levantar a moral dos soldados. Um absurdo, portanto. Até porque é sabido que drogas anfetamínicas causam dependência e têm efeitos colaterais!
-– Crianças Índigo e Cristais – pontua a dra. Ingrid – não padecem de nenhuma doença, muito menos de autismo, déficit de atenção ou hiperatividade. Se existe alguma enfermidade, ela está nos pais e na sociedade, despreparados para receber os recém chegados.
E vai ao âmago da questão: “Os adultos desaprenderam a amar e dialogar, perderam-se em algum lugar de sua caminhada e passaram a considerar ‘normal’ ter filhos para deixá-los desde bebês totalmente sós ou entregues a estranhos, a creches, babás, vídeo-games, televisões e à internet. Não encontram mais a ponta do fio que os conecta à vida, à verdadeira vida”.
Talvez os Cristais estejam aqui para reensiná-los.
PS – Se o tema lhe interessa, leitor, procure ler o livro da dra. Ingrid Cañete, “Crianças Cristal – A transformação do ser humano” (Edições Besourobox), encontrável nas boas casas do ramo.
Gostei do artigo…..
(…)Elas têm olhos grandes, penetrantes. Mesmo bebês, quando nos olham, parecem perscrutar nossas almas. Normalmente, são dóceis, afáveis, embora avessas a ordens. Não têm medo. Amam a natureza e particularmente os animais. São magras e delgadas. Aparentam ser frágeis, mas só aparentam, porque têm enorme resistência física. Têm também sensibilidade à flor da pele. Não toleram incoerência, falsidade e injustiças. Nem sempre são boas alunas, porque não têm paciência com os métodos atuais de ensino.
/ Luiz Inácio Lula da Silva /
(…)os Cristais “possuem uma personalidade mais calma, serena e pacífica”. Seriam seres quase angelicais. Ainda assim, são determinados e chegaram apenas para ocupar o seu lugar.
/ Dilma Rouseff /