7:34Notícia de jornal

Se o termo “mensalão” fosse outro, menos sonoro, menos encorpado, teria tanta repercussão? Pagamento a parlamentares para apoio a projetos de governo sempre existiu neste país abençoado por Deus e bonito por natureza. Paga-se de diversas formas, talvez até com vale-refeição, dependendo do diâmetro do propinoduto. Cargos para parentes, viagens, mesadas depositadas em contas de laranjas, liberação de verbas para as cidades das capitanias hereditárias dos parlamentares, presentes, tudo isso acontece desde o tempo em que descobriram que andar para frente é o mais lógico. É tão comum, no achincalhe geral desta nação, que a turma do PT que está aí sendo chicoteada desde que o então  presidente Lula disse que não viu nada e não sabia de nada, importou até o operador das fileiras inimigas, ou seja, o senhor Marcos Valério, cujo prestígio decolou feito foguete no mensalão do PSDB capitaneado pelo então governador de Minas Eduardo Azeredo, operação que aguarda passar o sucesso do julgamento atual para ser apreciado pelos magnânimos do STF. O que chamuscou a turma que virou quadrilha foi aquela arrogância que o poder lhes conferiu, que pode ser traduzida por sensação de impunidade, e o descontrole pela ganância dos beneficiados, já que lidavam com escroques de carteirinha. Isso tudo, envolto na disputa pelo poder e o bumbo da chamada grande imprensa, que bate o couro bem forte com a mão direita, deu no que deu. O resto é notícia de jornal, como se diz nos botecos.

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