8:01Memória seletiva

Do analista dos Planaltos

 

Osmar Dias, depois de um longo silêncio, reapareceu falante e faceiro. Fez um discurso em Toledo onde se jactou de muito ter ajudado o Paraná com sua atuação no Senado. Graças a seus esforços o Paraná teria reduzido sua dívida por conta da privatização do Banestado. A memória do ex-senador, hoje em uma diretoria do Banco do Brasil por indicação do PT, é bastante seletiva. Não deu um pio sobre outra atuação sua no Senado, muito mais marcante.

Em 1997, durante o governo Jaime Lerner, Osmar uniu forças com o senador Roberto Requião para impedir a aprovação de um empréstimo para o Paraná. O empréstimo era de R$ 456 milhões, dinheiro barato do Banco Mundial, destinado a saneamento e educação. Para perplexidade dos demais senadores, Osmar e Requião se desdobraram para impedir que esse dinheiro chegasse ao próprio Estado. Osmar cavou pareceres técnicos na Secretaria do Tesouro Nacional contra a concessão dos empréstimos. O resultado é que a liberação do dinheiro foi retardada por 536 dias para chegar ao Estado. O dinheiro só chegou ao Paraná por interferência de um senador mineiro, Francelino Pereira.

Estimulado a disputar o governo do Estado em 2014, desde que a candidatura de Gleisi Hoffmann começou a fazer água na esteira do naufrágio do prestígio da presidente Dilma Rousseff, Osmar resolveu romper o silêncio traumatizado que mantinha em relação à política desde a derrota que sofreu em 2010, quando tentou se eleger governador do Paraná pelo PDT. A alegação era que sua condição de diretor do BB o impedia de manifestar-se politicamente. Como não se tem notícia de qualquer mudança nos estatutos ou protocolos do Banco, não se sabe ainda se Osmar cogita de deixar do cargo e se vai iniciar um daqueles longos e tormentosos processos em que passa meses a fio decidindo se será, ou não será, candidato, como aconteceu da última vez.

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2 ideias sobre “Memória seletiva

  1. leandro

    O mais interessante e de difícil aceitação é que são sempre os mesmos a tratar de questões politica. Pior, eles se transformam em situação e oposição na metamorfose do momento e dos interesses ” políticos pessoais”. Na época em que os dois senadores citados bloquearam a liberação do empréstimo ao Governo do Paraná, a questão foi politica e pior politica partidária e politica pessoal, pois ambos os senadores sempre foram oposição pessoal ao Jaime Lerner. A primeira metamorfose que percebi , partiu do Osmar Dias, quando foi candidato ao Governo do Paraná e perdeu a eleição. Pois bem naquela oportunidade ele Osmar foi procurar o apoio do Jaime Lerner que já não era mais governador e estava tranquilo ekm suas funções de arquiteto e dos bons, tanto que um dos coordenadores da campanha do Osmar Dias foi o Guelmann que é competente e vitorioso. No Congresso, quando senador, Osmar junto com a bancada do PDT e liderados pelo então senador do Amazonas, já falecido, tiveram conduta de oposição ferrenha contra o Governo Lula e em especial na época do mensalão. Apareceu outra metamorfose, quando o PDT passou a ser parte da base governista a coisa mudou da água para o vinho, pois o senador junto com outros e em troca de um cargo no Banco do Brasil passou a apoiar todos os atos do governo, estranho pois o mesmo esperava um ministério. Deste momento, vem agora o Diretor do Banco do Brasil, Osmar Dias a iniciar um processo político e novamente na metamorfose ideológica dele em campanha contra o Governador Beto Richa, não que eu concorde e aprove a gestão do Beto, muito pelo contrário. Outros, como o Prefeito Gustavo Fruet também mudou de pensamento quanto a postura do PT, pois na época do mensalão foi um dos mais combativos contra o governo naquele fato que até hoje se encontra no STF, também teve sua metamorfose politica e de seu interesse pessoal, temos vários outros que poderão se encaixar nesse processo de mudança de pensamento, de ideologia por busca de interesses pessoais. O que não pode prevalecer é esse interesse sobre a vontade e necessidades da população e aí os chamados “dirigentes” afirmam com a célebre frase ” o nosso relacionamento é republicano e de respeito”, balela, um quer o fígado do outro. Mas infelizmente dizem que isso é politica e assim nós povo ficamos a mercê desses senhores que momentaneamente estão no poder.. D outro lado e de forma diferente, pois não muda de partido nem de ideologia, pelo mesmos aparentemente, mas deve beber uísque e do bem, é o ministro José Eduardo Cardoso, que qualquer brisa que acontece em São Paulo no governo do estado, o ministro entra com oportunismo total, quer na questão das manifestações passadas como agora no caso do metrô, não que se deva ignorar as situações irregulares uma vez elas existindo, mas o interessante é que em razão de uma fidelidade partidária, de um conjunto de fatores de companheirismo, as pessoas não falam, não agem na mesma proporção em casos dos chamados companheiros. Tudo isso leva a população a não acreditar na classe dessa turma, infelizmente são sempre os mesmos e nos é que somos culpados, pois não temos a coragem de enfrentar essa turma nas urnas, uma parte por não se interessar mesmo, outros por falta de condições técnicas, financeiras e outros por não querer se misturar no lamaçal que encontram na área, mas há necessidade de combater esse processo e lembrar da postura do que estão em cargos eletivos e do comportamento deles quanot a mudança de postura e opiniões de acordo com a conveniência.

  2. poor devil

    Urtigão é o passado, foi senador tantas vezes que até ele mesmo perdeu a conta. Fica repetindo esta estória da privatização do Banestado que, foi privatizado e só ele que que lembra que um dia o banco existiu. É pra frente que se anda urtigão, ficar se lembrando de que um dia o pai dele saiu o interior de São Paulo e foi para o Norte pioneiro não leva a nada. Aproveitou a ocasião e explicou para a turma a estória de como comprou aquela já não tão famosa fazendo lá do Tocantins? Ah não, se esqueceu, então tá bom urtigão, vou fazer de conta que também esqueci. Politico é assim mesmo, só se lembra do que fez de bom, de bom para os interesses dele, é claro. Até mais ver urtigão, e quando passar lá pelos lados do palácio Iguaçu aproveita e sobe as escadarias, porque é isto o mais perto que você vai chegar do escritório que o teu irmão um dia ocupou.

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