por Célio Heitor Guimarães
A propósito da atual celeuma envolvendo o Hospital São Vicente, que negou atendimento ao cidadão Saul Raiz, baleado em tentativa de assalto nesta Capital, sinto-me no dever de oferecer um depoimento pessoal que pode ter interesse geral. Não sobre o ex-prefeito Saul Raiz que, felizmente, recupera-se satisfatoriamente no Hospital Evangélico, mas sobre o dito nosocômio instalado na Avenida Vicente Machado.
Alguns poucos anos atrás, ao voltar para casa, no meio da tarde de um dia da semana, deparei-me com uma cena chocante no saguão do prédio onde moro: uma jovem mãe, que eu conhecia apenas de vista, em estado de desespero, tinha o filho – um menino de, se tanto, dois anos de idade – desacordado no colo. Ele respirava com dificuldade e não reagia aos esforços da mãe. Ela não sabia o que acontecera. De repente, sem motivo aparente, ele ficara naquele estado e, por mais que tentasse, não conseguia fazê-lo voltar a si. O porteiro, ao telefone, tentava buscar socorro, mas todos os números ditos de atendimento em tais ocasiões encontravam-se ocupados.
Não tive dúvida. Coloquei mãe e filho em meu carro e rumamos, rápido, para o hospital mais próximo. Por acaso, o São Vicente.
Largamos o carro no estacionamento e corremos para a recepção do hospital, um pouco mais adiante. Mal entramos e fomos recepcionados pela atendente com um aviso seco e calhorda:
– Aqui não temos serviço de pediatria.
– Mas a criança está passando mal – insisti. Não podiam, ao menos, dar uma examinada?
– Não – repetiu a atendente -, não fazemos esse tipo de atendimento.
Perdi a paciência e exigi a presença de um médico. Com má vontade, um discípulo de Hipócrates foi chamado. Apareceu na porta de acesso ao interior do hospital e, de rosto enfezado, sem sequer olhar para a criança ou para a mãe em lágrimas, confirmou o que dissera a atendente. Ali não davam aquele tipo de atendimento. Virou as costas e voltou para os seus elevados afazeres.
Voltamos ao carro e nos dirigimos ao Hospital Pequeno Príncipe, muitas quadras adiante, onde o pequeno Vitor, graças a Deus e à responsabilidade dos profissionais ali presentes, foi não apenas recebido com presteza e carinho, como também tratado e salvo.
Para ser bem honesto, devo confessar que, nesse último trajeto, desrespeitei a sinalização e cruzei dois sinais fechados. Tinha, porém, uma certeza absoluta em mente: se eventualmente sofresse um acidente, não procuraria socorro no no caridoso Hospital São Vicente.
Aquela velha e tão reformulada pergunta: a quem o indivíduo serve? Cidadania não existe, humanidade muito menos! O egoísmo impera!!!
Que o Sao Vicente seja fechado!
E seus diretores e proprietarios punidos!
Bravo Celio Heitor: seu depoimento é de importância fundamental para que se compreenda algo mais sobre a visão mercantilista que impregna quase todos os setores da vida.
O Anselmo também tocou num ponto sensível. Mas, como fechar o hospital é complicado, a punição pesada aos diretores será uma medida pedagógica.
Uma última sugestão: que se mude urgentemente o nome da coisa. São Vicente não merece o insulto!
De cristão só tem o nome e que está sendo maculado !!!
Quero aproveitar o embalo do iluminado CHG, para registrar um pedido de remissão de crime eleitoral que pratiquei em 82 contra Sal Raiz, quando candidato contra Zé Richa e aproveitar para lhe desejar serena, tranquila e breve recuperação.
Sucedeu que na campanha, entradas e saídas de todas as cidades da minha região: Loanda, Sta Isabel Mte Castelo, Querencia, Porto Rico, Nova Londrina, enfim, todas mesmo, estavam enfeitadas com enormes painéis do dr. Saul. Do Zé Richa, nadinha de nadica. Numa noite, eu e mais dois pintoloucos emedebistas, arrancamos duas ou três placonas daquelas e o Irmão, apelido do rapazinho pintor aderente, lixou-as e tascou nelas a propaganda do Véio Richa.
O “crime eleitoral” em nada diminui a admiração e o respeito que sempre nutri pelo nosso ex-prefeito, ex-secretário dos Transportes e renomado engenheiro. Tava eu na Quadra Cultura, do Torto, prá ver Jerry Adriano, quando amigo meu falou do atentado no celular. Fiquei phodhidho.
Alguém já se interou sobre a Privatização da Saúde Pública no Brasil???E as suas consequências. Esse é o exemplo.