14:41Aumento, mas parcelado

Da Agência Estadual de Notícias:

Richa sanciona aumento de 31,73% para professores universitários

O governador Beto Richa sancionou nesta quarta-feira (22/08) o projeto de lei que concede aumento de 31,73% no vencimento dos professores das instituições estaduais de ensino superior. A medida altera a lei n° 15.944.

A aplicação do reajuste será realizada em quatro parcelas anuais de 7,14%, sedo que a primeira vai ser aplicada na folha de pagamentos de outubro desde ano e as demais no mesmo mês de 2013, 2014 e 2015, independentemente das recomposições salariais normais do funcionalismo estadual. Richa afirmou que o governo do estado atendeu integralmente ao pleito dos professores e sindicatos e espera que o indicativo de greve da categoria seja suspenso. “Este reajuste foi um compromisso de governo assumido com as universidades estaduais e com os professores e está cumprido”, disse o governador. “Com esse aumento nós estamos corrigindo uma distorção causada nos governos anteriores”, afirmou.

O reajuste faz parte do plano de equiparação salarial do corpo docente com o quadro técnico das universidades estaduais e, para o secretário estadual de Ciência,Tecnologia e Ensino Superior, Alípio Leal, o indicativo de greve da categoria é uma precipitação da classe, já que o governo cumpriu todos os compromissos assumidos.

Leal declarou que o governo do estado não tem nenhuma dificuldade em cumprir seus compromissos. “A perspectiva que foi confirmada é do pagamento da primeira parcela a partir de outubro. Portanto, se estamos em agosto, nós cumprimos exatamente todo o cronograma estabelecido e esperamos que o bom senso da categoria e dos sindicatos possa prevalecer” disse o secretário.

Para Alípio os professores universitários e toda a categoria devem reconhecer o esforço do governo do estado e desmobilizar o movimento grevista. “A nossa prioridade agora é a volta as aulas, porque os maiores prejudicados com a paralisação são os alunos e consequentemente a sociedade” afirmou Alípio.

Rede Estadual – O sistema de ensino superior público do Paraná é formado por sete universidades estaduais com mais de 120 mil acadêmicos nos cursos presenciais e à distância. Representa hoje um orçamento de cerca de R$ 1,3 bilhão por ano, inteiramente custeado pelo Governo do Estado, embora constitucionalmente o ensino superior seja de responsabilidade do governo federal.

Estiveram presentes na assinatura do decreto que sancionou a lei os deputados estaduais Plauto Miró, Élio Rusch, Ademar Traiano, Valdir Rossoni e Pedro Lupion.

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2 ideias sobre “Aumento, mas parcelado

  1. J

    Tae uma falha da lei de responsabilidade fiscal: Estado é uma coisa; município, outra. Com a possibilidade de o Governador licenciar-se para campanha municipal, anuncia aumento para o pessoal. Pra mim é a mesma coisa porque vão aparecer juntos na propaganda eleitoral.

  2. ALberto

    Com absoluta certeza, foi uma vitória dos docentes, justa e merecida. Porém, até que ponto foi uma vitória das Universidades Estaduais do Paraná como um todo? Não há dúvida que aumentar (no caso é equiparar) os salários dos docentes é um avanço considerável na qualidade das atividades acadêmicas (ensino, pesquisa e extensão), mas até que ponto? Como medir tal avanço frente às outras dificuldades enfrentadas pelas mesmas Universidades? Sim, pois sabemos que tais dificuldades não são poucas, e algumas, é preciso admitir, são mais urgentes do que o pleito (justo e merecido) dos docentes. Enquanto alguns professores discutiam e lutavam pela equiparação salarial (prometida pelo Governo em acordo firmado, e por ele descumprido, mais de uma vez), outros professores discutiam problemas essenciais enfrentados cotidianamente por todos (professores, alunos, funcionários e comunidade). No dia 21 de agosto, representantes de todas as Universidades Estaduais do Paraná se reuniram na UEM para discutir tais problemas. Essa reunião não foi noticiada pela impressa, apenas pelo site da UEM: http://www.uem.br/index.php?option=com_content&task=view&id=5623&Itemid=1 Falta de recursos, falta de pessoal, sejam técnicos ou professores, são alguns dos problemas que assolam as Universidades paranaenses, que resistem ano após ano, existindo bravamente apesar dos governos que entram e saem. As IES Estaduais esperam, em média, um ano e meio desde a aprovação em concurso público até a nomeação de docentes e técnicos. Isso quer dizer que não há fluxo contínuo de contratações em substituição daqueles que se aposentam ou saem por outros motivos, e menos ainda ampliação. Quantos alunos já ficaram sem professor? Não em razão de greve, mas em razão da demora nas nomeações. Quanto às verbas de custeio, nos fazem implorar por elas como se fossem esmolas. Como um sedento no deserto, as Universidades Estaduais do Paraná chegaram ao ponto de pedir apenas o mínimo para sobreviver. Não existe maneira mais sórdida de ferir mortalmente a autonomia universitária. Não obstante, o atual governo insiste em dizer que o ensino superior é, constitucionalmente, obrigação do Governo Federal. Ora, é urgente desafiá-lo a mostrar na nossa Constituição Federal o dispositivo que estabelece essa obrigação. Eles sabem que não existe, e ainda contam com a nossa ignorância para efetuar sua retórica. As IES Estaduais do Paraná são inestimáveis, seja social ou economicamente, mas são tratadas como um estorvo, como um peso para o Estado. Nesse contexto inegável de abandono histórico, é no mínimo incômodo que o movimento grevista não tenha tocado, pelo menos de leve, nesses problemas. É verdade que isso não nos autoriza a afirmar que esse movimento seja insensível a tais problemas, de forma nenhuma. Mas não deixa de ficar um gosto estranho de derrota, mesma nessa vitória merecida, quando voltarmos para o nosso dia a dia de resistência em nossas Universidades.

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