Ademir Paixão – Foto de Maringas Maciel

O Paixão recebeu o título de cidadão do mundo quando nasceu. Depois ele subiu em cima de uma Harley Davidson e foi mostrar como é o traço da vida. Por isso não é desse mundo. Paixão é muito mais que os desenhos que faz. Ele só dá a dica para quem não o conhece nas linhas. São macias. Porque ele é doce. Mas também tem a dose exata do veneno. Melhor é ouvi-lo contar piada. Porque ele sabe todas. E vai emendando uma na outra enquanto a gente fica rolando no chão, sem fôlego. Ele não quer saber. Continua. Assim como manda para o ar nas páginas do jornalão aquilo que deixam tascar. Seria perfeito se metesse a ponta do lápis no quengo das celebridades da província em que habitamos. Faria mais estrago que mil edições. Paixão é apaixonante mas não gosta muito de declarações como essa. Não precisa. Se alguém insistir, ele acelera e vai embora. Pelo mundo. Do qual é cidadão honorário.