Sicupira nasceu no dia 10/05/1944

Ídolo a gente não precisa ver jogar. Basta olhar uma foto como essa, na comemoração de um gol, no templo da Baixada, a alegria congelada no clique, o prazer de envergar a camisa por amor, o bigode mantido até hoje como marca registrada. Conheci o pai, de quem herdou o nome que muita gente estranha, mas que orgulho, não é mesmo Junior? Ele ali, para sempre, mesmo depois de ter partido, no campo do Ferroviário, onde você começou e descobriu ser adotado por ela, a bola, que seu dom fez tratar com todo o carinho. Barcimio Sicupira viveu a vida dentro de um estádio, você foi astro dentro de vários deles, principalmente deste aí, da foto, onde, com esta camisa rubro-negra, para sempre, deixou a marca dos 154 gols, dos lances mágicos, dos dribles, dos passes, de tudo que não vi, mas sei, porque até hoje quando te ouço no rádio está ali o craque, o que domina a bola e ela se deixa dominar. Já nos falamos muitas vezes, nos encontramos várias, já ouvi e li muito sobre você, talvez por isso nem tenha feito as perguntas que gostaria, como aquela de saber como é que é para um garoto chegar a um time com Nilton Santos, Didi e Garrincha, naquele Botafogo que era o Santos de Pelé, mas no Rio de Janeiro. Saiba, caro Sicupira, que hoje completa 68 anos de vida, “mas com corpinho de 60”, como gosta de falar com seu humor que também contagia, porque falado de forma séria, como só os mestres nesta arte conseguem, pois saiba Sicupira, que naquela frase que diz que a vida é a arte dos encontros, me sinto privilegiado de ir além, de ter te encontrado na esquina da vida aqui em Curitiba, mas também no imaginário do ídolo que nunca vi jogar, assim como o grande Kruger, do Coritiba, a quem um dia também dediquei algumas linhas que ele guardou – e isso, para mim vale mais que um troféu de conquista de título. Obrigado, Sicupa, por toda a alegria que deu a quem teve o privilégio de te ver jogar e aos que, como eu, têm certeza de que não se precisa disso para reconhecer e idolatrar um craque.